- CUIABÁ
- QUARTA-FEIRA, 16 , JULHO 2025
O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou contrário ao recurso apresentado pelo vereador afastado Chico 2000 (PL) no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para conseguir um habeas corpus para retornar à Câmara.
Em caráter de liminar, já havia sido negado pelo ministro Ribeiro Dantas, que manteve a decisão da Justiça mato-grossense.
No parecer, o subprocurador-Geral da República, Augusto Aras, afirma que foram apontadas a existência de indícios robustos de que o parlamentar solicitou e recebeu vantagem indevida para facilitar a aprovação de matéria de interesse da empresa HB20 Construções EIRELI, em detrimento do interesse público e da probidade administrativa.
As instâncias ordinárias demonstraram a imprescindibilidade de afastamento do recorrente do cargo público, tanto para o m de evitar a continuidade das atividades ilícitas – com risco de comprometimento da legitimidade das funções legislativas e da administração pública – quanto para proteger a apuração imparcial dos fatos e impedir que o recorrente, no exercício do cargo, influencie a investigação em curso, diz trecho do documento.
A defesa de Chico 2000 alega falta contemporaneidade dos fatos e que a decisão de afastamento não apresenta razões suficientes e adequadas que justifiquem a conclusão tomada.
Chico 2000 está afastado há mais de 80 dias do cargo juntamente com o vereador Sargento Joelson (PSB). O liberal é acusado de ter dado o aval, enquanto presidente da Câmara em 2023, para que Joelson negociasse o pagamento de R$ 250 mil em propina para a aprovação de um projeto que autorizava a renegociação de dívidas da prefeitura para obter certidões negativas.
Assim, poderia receber recursos para pagar empresas, entre elas, a HB20 Construções, responsável pelas obras do Contorno Leste.
Áudios e troca de mensagens, entre Joelson e um representante da empresa, revelam, em tese, que Chico 2000 sabia das negociações. O funcionário também comprovou o pagamento por depósito, via PIX, no valor de R$ 150 mil para José Márcio da Silva Cunha, pessoa indicada por Joelson para receber o pagamento.
Os dois foram afastados por 180 dias por decisão da juíza do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), Edna Erdeli Coutinho, que autorizou a operação realizada no último dia 29 de abril. Contudo, até o momento, os dois ainda não foram ouvidos pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor).