Sweida (Síria) — O governo da Síria mobilizou nesta sexta-feira (18) novas tropas para o sul do país com o objetivo de conter os confrontos entre facções da comunidade drusa e membros de tribos beduínas. A medida foi determinada pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, em coordenação com ações políticas e de segurança voltadas à restauração da estabilidade na região.

De acordo com um balanço divulgado pela Rede Síria para os Direitos Humanos, mais de 300 pessoas já morreram em decorrência dos conflitos, concentrados principalmente na cidade de Sweida, ao sul de Damasco. A cidade, de maioria drusa, tem sido palco de uma escalada de violência que envolve enfrentamentos armados entre combatentes beduínos e facções locais da minoria drusa — presente também no Líbano e em Israel.

Uma autoridade síria afirmou que 87 corpos foram recuperados até o momento, mas não confirmou se esse número representa o total de vítimas. Tropas do governo foram enviadas à região no início da semana para tentar conter a violência, mas acabaram sendo acusadas de cometer violações generalizadas contra civis drusos.

Ainda durante a operação, as forças sírias foram atingidas por bombardeios israelenses, o que levou à retirada parcial das tropas, sob uma trégua temporária acordada na última quarta-feira (16).

Israel monitora movimentação síria e impõe restrições

O governo de Israel, que historicamente mantém rígido controle sobre a movimentação militar síria no sul do país, declarou nesta sexta-feira que não permitirá o reposicionamento contínuo de tropas sírias na região. No entanto, informou que concederá uma “breve janela” para que as autoridades sírias possam encerrar os confrontos internos e garantir o retorno à normalidade.

O conflito em Sweida reacende preocupações internacionais sobre a segurança na região e os riscos de novos desdobramentos entre potências envolvidas na guerra civil síria, que já dura mais de uma década.