Enquanto políticos aliados de Jair Bolsonaro (PL) se mobilizam para denunciar suposta perseguição política após mais uma operação da Polícia Federal, a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) adotou uma postura mais sóbria. Sem embarcar no discurso inflamado que ecoa entre bolsonaristas, Buzetti defendeu o respeito às instituições e afirmou que o ex-presidente tem recebido todas as garantias do devido processo legal.

“Essa é apenas mais uma etapa de um processo que já estava em curso. Bolsonaro teve, e continua tendo, o direito à ampla defesa. Tudo segue os trâmites da Justiça”, declarou a senadora nesta sexta-feira (18), ao comentar a nova fase da investigação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Buzetti, que apoiou a reeleição de Bolsonaro em 2022, agora adota uma leitura mais pragmática do cenário político. Na avaliação dela, o ex-presidente já está fora do jogo eleitoral, e qualquer expectativa de retorno deve ser encarada como improvável.

“Ele já está inelegível. Isso é fato. E acredito ser muito difícil uma reversão. Precisamos aceitar esse cenário e pensar nos próximos passos”, afirmou, sem rodeios.

Apesar de reconhecer a força política que Bolsonaro ainda possui entre a base conservadora, a senadora sinalizou que é hora de a direita buscar novas alternativas. Ao ser questionada sobre nomes para a disputa presidencial de 2026, ela não hesitou: “Acho o governador Tarcísio de Freitas um bom nome. Tem preparo e perfil para representar esse campo político”.