quarta-feira, 30 - julho 2025 - 07:58

Haddad: Congresso deve apoiar setores afetados sem fazer uso político


Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (29) que grande parte das medidas formuladas em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos depende da aprovação do Congresso Nacional. Apesar disso, ele demonstrou confiança de que o Legislativo apoiará as propostas do Executivo, evitando o uso político do tema.

“Muitas das medidas previstas dependem, efetivamente, da aprovação do Congresso, mas entendo que o Parlamento não se furtará a atender os setores que estão sendo afetados por essas sanções. Há uma aflição legítima por parte dos empresários, e as ações sugeridas são justificáveis e prudentes, tanto do ponto de vista econômico quanto fiscal”, declarou o ministro.

Haddad ressaltou que o Congresso possui autonomia para aprimorar ou alterar os projetos encaminhados pelo Executivo, lembrando que a Lei de Reciprocidade Econômica — aprovada neste ano — já representa um instrumento importante para que o Brasil possa reagir a retaliações comerciais internacionais.

“Na minha opinião, não vai faltar apoio do Congresso Nacional, que inclusive aprovou recentemente a Lei de Reciprocidade”, afirmou.

O posicionamento de Haddad ocorre em meio à expectativa da entrada em vigor, no próximo dia 1º de agosto, de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos. A medida foi anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump no início do mês, sob o argumento de que o Brasil estaria atuando contra interesses econômicos dos EUA. O mandatário também relacionou a decisão à ação penal em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu por tentativa de golpe em 2023.

Diante do cenário, o governo brasileiro corre contra o tempo para mitigar os impactos econômicos e articula internamente possíveis alternativas legislativas e diplomáticas. Haddad destacou ainda que, diante da gravidade do momento, espera apoio suprapartidário às iniciativas do Executivo.

+