terça-feira, 29 - julho 2025 - 16:13

Atirador que matou 4 em Nova York tinha a NFL como alvo


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O prefeito de Nova York, Eric Adams, afirmou nesta terça-feira que o atirador responsável por matar quatro pessoas em um prédio de escritórios em Manhattan tinha como alvo a sede da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL), mas entrou no elevador errado. O ataque deixou quatro mortos, incluindo um policial de Nova York que estava de folga.

De acordo com a polícia, Shane Tamura tinha histórico de problemas de saúde mental. Um bilhete encontrado em sua carteira sugeria que ele guardava uma queixa contra a NFL por acreditar sofrer de encefalopatia traumática crônica (CTE), uma doença cerebral que afeta pessoas que praticam esportes de contato — e que só pode ser diagnosticada de forma definitiva após a morte. Tamura havia jogado futebol americano no ensino médio, na Califórnia, há quase 20 anos.

O bilhete — descrito como incoerente — pedia que seu cérebro fosse estudado após sua morte e mencionava diretamente a NFL, disse uma fonte à agência americana Associated Press. Embora a motivação ainda não tenha sido oficialmente determinada, os investigadores apuram se o prédio foi alvo justamente por abrigar a sede da liga. O texto citava o ex-jogador da NFL Terry Long e falava em “beber um galão de anticongelante”, método pelo qual Long cometeu suicídio em 2005.

O tiroteio ocorreu em um arranha-céu que abriga tanto a sede da NFL quanto a do grupo de investimentos Blackstone, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, além de outros escritórios. Em mensagem enviada aos funcionários e obtida pela Bloomberg, a Blackstone informou que a executiva Wesley LePatner, de 43 anos, estava entre as vítimas.

Imagens de segurança mostram o atirador saindo de uma BMW estacionada em fila dupla por volta das 18h30, carregando um fuzil M4, atravessando uma praça pública e entrando no edifício. Segundo a comissária de polícia Jessica Tisch, ele começou a disparar no saguão, matando um policial que fazia a segurança de uma empresa e atingindo uma mulher que tentava se proteger enquanto o local era alvejado.

Em seguida, Tamura seguiu até os elevadores, matou um segurança no balcão de vigilância e atirou em outro homem no saguão. Ele subiu até o 33º andar, onde ficam os escritórios da Rudin Management, proprietária do prédio, e matou uma pessoa antes de se suicidar. O edifício, localizado no número 345 da Park Avenue, também abriga escritórios da KPMG.

Didarul Islam, policial do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) de 36 anos, estava entre as quatro pessoas mortas no ataque. Imigrante de Bangladesh e elogiado como herói por autoridades da cidade, Islam deixa dois filhos pequenos e a esposa, que está grávida do terceiro. Ele estava de folga, mas trabalhava uniformizado na segurança do prédio quando foi atingido e morto, publicou a CNN americana.

— Ele foi um herói e nós o admiramos por colocar sua vida em risco — disse o prefeito. — Todos com quem conversamos disseram que ele era uma pessoa de fé, que acreditava em Deus e em viver de acordo com os princípios de uma vida guiada pela fé. Ele estava salvando vidas. Ele representa o que esta cidade tem de melhor. É um verdadeiro nova-iorquino, não apenas pelo uniforme que vestia.

Pouco depois da meia-noite desta terça-feira, horas após o ataque, autoridades se alinharam nas ruas em frente a um hospital para realizar uma “guarda de honra” enquanto o corpo de Islam era transferido para uma ambulância. Alguns fizeram continência, outros levaram a mão ao peito enquanto ele era levado para fora. (Com New York Times)

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