- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


De acordo com a Fiemt, o “tarifaço” foi oficializado com a exclusão de quase 700 itens da lista de isenção. Em 2024, Mato Grosso exportou US$ 415 milhões para os Estados Unidos, sendo que os produtos atingidos pelas novas tarifas representam US$ 266 milhões desse total, ou seja, 65% do valor negociado. A federação destaca que os bens industrializados correspondem a cerca de 90% de tudo que o estado envia ao mercado americano.
“Isso demonstra o avanço das relações comerciais e o protagonismo do setor industrial mato-grossense no comércio internacional”, afirma a Fiemt, presidida por Silvio Cezar Pereira Rangel.
Segundo apurado, o presidente da Fiemt deve se reunir na próxima segunda-feira (4) com o governador Mauro Mendes. Entre os assuntos da pauta, estará o impacto das novas tarifas e a possibilidade de o governo estadual oferecer medidas de apoio a setores mais afetados.
Entre os principais itens atingidos pela medida estão cinco dos seis produtos mais exportados por Mato Grosso aos Estados Unidos: carne bovina, gelatina, gordura animal (sebo), soja e madeira perfilada. Apenas o ouro ficou de fora da nova taxação. Esses seis produtos, juntos, respondem por 98% das exportações do estado para o mercado norte-americano.
Em nota, a Fiemt ressalta que ações unilaterais como essa comprometem a previsibilidade, a segurança jurídica e a confiança entre nações. “A indústria de Mato Grosso trabalha com base em inovação, qualidade e competitividade, buscando ampliar sua presença internacional com foco na sustentabilidade e na agregação de valor aos seus produtos”, destaca a entidade.
Impacto no PIB
Segundo estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mato Grosso poderá perder até R$ 648 milhões no Produto Interno Bruto (PIB), o que representa cerca de 0,21% do total da economia estadual. Com isso, o estado figura como o 16º mais impactado financeiramente pela medida. Atualmente, as exportações para os Estados Unidos representam aproximadamente 1,5% de tudo o que Mato Grosso envia ao exterior.
A Fiemt informou ainda que segue atenta e mobilizada junto à CNI e demais autoridades brasileiras para mitigar os efeitos da taxação e defender os interesses do setor industrial mato-grossense.
