- CUIABÁ
- QUARTA-FEIRA, 6 , AGOSTO 2025
Em meio a uma troca de ataques nas redes sociais entre o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e o ex-líder russo Dmitry Medvedev, a Rússia anunciou nesta segunda-feira (4) que está abandonando a moratória sobre o uso de mísseis de curto e médio alcance. A decisão foi tomada pelo Kremlin, que justificou a medida alegando que os Estados Unidos haviam se retirado do tratado em 2019. O tratado, estabelecido após a Guerra Fria, visava garantir a segurança entre os países ao proibir a instalação de mísseis de médio e curto alcance.
Medvedev culpa a OTAN
Em resposta, Medvedev culpou os países da OTAN pelo abandono da moratória. “Essa é uma nova realidade com a qual todos os nossos adversários terão de contar. Aguardem novas medidas”, afirmou o ex-presidente russo. A declaração ocorre em um momento de crescente tensão internacional, em que a Rússia se vê obrigada a reagir a “ações desestabilizadoras” dos EUA e da OTAN, conforme sinalizado anteriormente pelo Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
Lavrov, em dezembro do ano passado, indicou que a Rússia precisaria responder à implantação de mísseis de médio e curto alcance dos EUA na Europa e na região Ásia-Pacífico, ações que, segundo ele, afetavam a estabilidade estratégica global.
“O Ministério das Relações Exteriores da Rússia observa que as condições para manter uma moratória unilateral sobre a implantação de armas semelhantes desapareceram”, afirmou o comunicado do ministério.
Impacto na Bielorrússia
Com o fim da moratória, a Rússia poderá seguir com a instalação dos mísseis balísticos Oreshnik na Bielorrússia, conforme prometido pelo presidente Vladimir Putin ao seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko. A medida intensifica a tensão militar na região e pode alterar significativamente o equilíbrio de forças na Europa e em áreas adjacentes.