- CUIABÁ
- QUARTA-FEIRA, 6 , AGOSTO 2025
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), utilizou as redes sociais na noite dessa segunda-feira (4) para criticar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mendes classificou a medida como “desnecessária” e “injusta”, aderindo à linha de outros aliados do ex-presidente que apontam suposto abuso por parte da Suprema Corte.
Segundo Moraes, Bolsonaro teria violado medidas cautelares ao utilizar perfis de seus filhos nas redes sociais para disseminar conteúdos com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.
A decisão do STF determinou que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, sem direito a visitas – exceto de familiares e advogados – e com recolhimento de todos os celulares disponíveis no local.
Em seu perfil oficial, Mendes reagiu duramente:
“Mais um lamentável capítulo desta triste história de polarização política, ideológica e jurídica no Brasil. A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro é desnecessária, injusta e representa mais uma mácula no resultado de um julgamento que deveria ser justo e imparcial.”
O governador ainda comparou o caso de Bolsonaro com a situação de outros criminosos no país:
“Enquanto isso, o país caminha para o caos nas contas públicas, um colapso na Previdência e o avanço sem precedentes do crime e das facções criminosas. Somos o país da impunidade para os criminosos, mas se prende um ex-presidente por um suposto golpe que nunca aconteceu.”
Em outra parte da publicação, Mendes reforçou sua posição e pontuou que é necessário dar um “basta na situação”. “Ao mesmo tempo, grandes traficantes são soltos diariamente, e réus confessos de desvios de bilhões em dinheiro público são inocentados. É hora de um basta!”, disse.
Ao final ele disse que o país não pode tolerar autoritarismo. “Precisamos focar no Brasil e no que realmente pode ajudar a construir uma nação livre, soberana, democrática, sem tolerar nenhum excesso ou ilegalidade, de qualquer cidadão e, principalmente, de qualquer poder constituído. Não podemos aceitar autoritarismo em nome da democracia”, escreveu.
Mendes não participou das manifestações realizadas no domingo (3) em Cuiabá, que reuniram apoiadores de Bolsonaro pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e do presidente Lula. A ausência foi notada por aliados, já que o governador havia marcado presença em atos semelhantes anteriormente, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo.