sexta-feira, 4 - julho 2025 - 17:53

A guerra na Faixa de Gaza está chegando ao fim?


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Uma nova proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza ganhou força nesta semana, impulsionada pela pressão dos Estados Unidos. Segundo o presidente americano, Donald Trump, Israel teria aceitado os termos da proposta mais recente, enquanto o Hamas afirmou ter dado uma resposta “positiva” às negociações.

O plano prevê um cessar-fogo inicial de 60 dias, acompanhado por um cronograma para a libertação de reféns israelenses em troca da libertação de prisioneiros palestinos. No entanto, o Hamas exige como condição a retirada total das tropas israelenses do enclave e um compromisso firme com o fim definitivo do conflito.

Escalada da violência

Apesar das tratativas, os ataques israelenses sobre a Faixa de Gaza se intensificaram nas últimas horas. Autoridades palestinas relataram a morte de pelo menos 94 pessoas na quinta-feira (3), incluindo mulheres e crianças, e outras 35 nesta sexta-feira (4), em uma das maiores ofensivas israelenses na região desde o início da guerra.

Os ataques, que incluem operações com navios de guerra e artilharia pesada, já resultaram em mais de 100 mortes diárias ao longo da semana. A situação humanitária em Gaza permanece crítica, com a população enfrentando escassez de alimentos, destruição em larga escala e serviços básicos colapsados.

Conjuntura política pode influenciar negociações

De acordo com o analista de Internacional, Lourival Sant’Anna, o cenário político atual em Israel pode favorecer um acordo. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que recuperou popularidade após os recentes ataques ao Irã, pode agora ter mais liberdade para negociar com o Hamas sem sofrer pressão imediata de alas mais radicais dentro de sua coalizão.

Por outro lado, o Hamas também enfrenta crescente insatisfação interna. A população palestina, exausta pela violência e pelo agravamento da crise humanitária, começa a pressionar a liderança do grupo. Há relatos de civis considerando ações legais contra o Hamas, responsabilizando-o pela condução do conflito e pelo impacto devastador sobre a população civil.

Caminho incerto

A viabilidade de um acordo para encerrar o conflito dependerá, sobretudo, dos desdobramentos políticos internos em Israel e da avaliação do Hamas sobre suas condições de manter influência e controle na região após o fim da guerra.

Enquanto isso, a população civil segue sendo a principal vítima de um impasse cada vez mais complexo e violento.

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