O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou nesta quarta-feira (9) que serão necessários pelo menos mais dois anos para que a capital consiga sair do vermelho e retomar o equilíbrio fiscal. A estimativa foi apresentada durante audiência pública no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), onde o gestor fez um balanço dos seis primeiros meses à frente da Prefeitura.

Segundo Abilio, a crise financeira enfrentada pela administração atual foi herdada da gestão anterior, do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), e justificou o decreto de calamidade financeira adotado entre janeiro e julho deste ano.

“O conselheiro me perguntou por que não estendi o decreto. Porque ele impõe contenções que acabam atrapalhando o funcionamento de áreas importantes, como a Saúde. Encerramos o decreto, mas os ajustes vão continuar pelos próximos dois anos”, disse.

Durante a apresentação, o prefeito comparou os números herdados com os de gestões anteriores. Ele destacou que Mauro Mendes (União) entregou a Prefeitura com R$ 104 milhões em caixa, enquanto Emanuel deixou um rombo de R$ 1,15 bilhão.

Entre os débitos destacados estão:

* Dívida de longo prazo: subiu de R$ 647 milhões para R$ 1,6 bilhão
* Restos a pagar: saltaram de R$ 62 milhões para R$ 530 milhões
* Retenções como INSS, FGTS e imposto de renda de prestadores de serviço também foram deixadas pendentes

Apesar do cenário, Abilio afirmou que o fim do decreto de calamidade trará mais flexibilidade ao orçamento, embora o município ainda precise manter cortes e medidas de austeridade até que as contas voltem a um patamar saudável.