O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), rebateu nesta segunda-feira (22) as críticas feitas pelo deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil), que o desafiou publicamente a cumprir a promessa de campanha de assumir a gestão da Santa Casa de Misericórdia. A unidade será desmobilizada pelo Governo de Mato Grosso com a inauguração do novo Hospital Central, prevista para o final deste ano.

O prédio da Santa Casa está atualmente em processo de leilão judicial para quitação de dívidas trabalhistas. O valor inicial de R$ 78 milhões já foi reduzido para R$ 39 milhões. Com a desvalorização, abre-se a possibilidade de lances por parte da União, do Estado ou da Prefeitura de Cuiabá.

Em resposta ao desafio de Botelho, o prefeito afirmou que o município irá apresentar uma proposta quando o valor for compatível com a realidade financeira da cidade, que, segundo ele, gira em torno de R$ 25 milhões.

“Verdade, Botelho. Quando chegar o nosso lance, quando chegar o nosso momento, a gente vai tomar uma decisão sobre isso. Agora, é importante ressaltar que o deputado Botelho não mandou um centavo ainda para colaborar nesse processo”, afirmou Abilio.

Disputa política

A possível aquisição da Santa Casa virou tema de disputa entre lideranças políticas da capital e do Estado. Enquanto parte da classe política defende que o Governo de Mato Grosso continue financiando a unidade, o governador Mauro Mendes (União Brasil) resiste à ideia. Mendes já declarou que não é viável manter os custos de duas estruturas ao mesmo tempo — referindo-se à Santa Casa e ao novo Hospital Central — e não sinalizou interesse em entrar no leilão.

A discussão também ocorre em meio a movimentos sociais e articulações parlamentares que tentam evitar o encerramento das atividades da Santa Casa, tradicional hospital filantrópico da capital.

O leilão ainda não tem data final definida para a nova rodada de lances. A Prefeitura de Cuiabá estuda as possibilidades jurídicas e orçamentárias para participar da disputa.