- CUIABÁ
- QUARTA-FEIRA, 6 , AGOSTO 2025
A adolescente de 12 anos, que foi brutalmente agredida dentro de uma escola estadual em Alto Araguaia (415 km ao sul de Cuiabá), teria descumprido regras impostas por um grupo de alunas que agia como uma espécie de “facção escolar”. A Polícia Civil investiga o caso, que veio à tona após a divulgação de um vídeo da agressão nas redes sociais.
De acordo com a investigação conduzida pela Delegacia de Alto Araguaia, o grupo formado por pelo menos quatro menores, uma delas com apenas 11 anos, estabelecia normas de conduta entre si e aplicava “punições” em quem as desrespeitasse. A vítima teria sido agredida como castigo por quebrar uma dessas regras. Durante a sessão de espancamento, as agressoras impuseram que ela não poderia chorar; caso contrário, as agressões seriam intensificadas.
“Durante as oitivas, foi possível verificar que algumas das menores envolvidas tentavam reproduzir no ambiente escolar aquilo que presenciavam dentro de casa”, afirmou o delegado Marcos Paulo Batista de Oliveira, responsável pelas investigações.
A polícia ouviu cerca de 10 pessoas, incluindo as agressoras, seus responsáveis, a direção da escola e a vítima. As envolvidas confessaram não só esse episódio, mas também relataram terem agredido outras quatro colegas, todas por descumprimento das regras do grupo. Nos celulares das adolescentes foram encontrados outros vídeos das agressões.
Ainda segundo o delegado, uma das agressoras já havia sido conduzida à delegacia anteriormente, quando foi flagrada em companhia de adultos ligados ao crime organizado e com posse de entorpecentes. Durante as investigações, foi apurado ainda que algumas das famílias das adolescentes têm histórico de envolvimento com facções criminosas.
Por se tratar de menores de idade, os detalhes do caso correm em sigilo e serão encaminhados ao Ministério Público para as providências cabíveis.