quinta-feira, 7 - agosto 2025 - 11:18

Advogado da família defende pena máxima para assassino de mãe e filhas em Sorriso


Reprodução
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Com expectativa de pena entre 170 e 225 anos de prisão, teve início na manhã desta quinta-feira (7), no Fórum da Comarca de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá), o júri popular do pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos. Ele é acusado de assassinar brutalmente Cleci Calvi, 46 anos, e suas três filhas, Miliane, 19, Manuela, 13, e Melissa, 11 – na madrugada de 24 de novembro de 2023. Três das vítimas menores também foram estupradas antes de serem mortas.

Apesar de o réu participar do julgamento por videoconferência, um forte esquema de segurança foi montado nos arredores do Fórum. O crime chocou o país e repercutiu internacionalmente, provocando revolta e indignação.

O advogado da família das vítimas, Conrado Pavelski Neto, afirmou em entrevista que a expectativa é de que Gilberto seja condenado à pena máxima. “A expectativa é que finalizemos ainda hoje e tenhamos a sentença. Que Gilberto seja condenado pela pena máxima em todos os crimes a ele imputados. A pena certamente superará os 120 anos, e isso sendo muito conservador. Vocês terão noção hoje do que esse homem foi capaz de fazer”, declarou.

Gilberto responde por quatro homicídios qualificados e três estupros de vulnerável. O advogado enfatizou que o réu deve cumprir, no mínimo, 40 anos em regime fechado. “Dentro daquele tempo que a Justiça determina para cumprimento em regime fechado, esperamos que ele fique, pelo menos, esses 40 anos. É o mínimo diante da monstruosidade do que aconteceu.”

O júri é composto por sete cidadãos sorteados da comunidade. Eles decidirão, por voto simples, se o acusado é culpado ou não de cada um dos crimes. Caso condenado, a pena será fixada pelo juiz presidente do Tribunal do Júri.

“Possivelmente será condenado por todos os crimes, inclusive com todas as qualificadoras e causas de aumento de pena”, explicou o advogado.

Conrado também comentou sobre a ausência física de Gilberto no julgamento: “É um direito dele participar por videoconferência. Triste para nós, porque queríamos que ele visse o desprezo das pessoas pelo que cometeu. Mas, pelo histórico dele, talvez nem sinta. Não é possível que um ser humano, se assim pode ser chamado, tenha cometido tudo isso”.

O pai das vítimas, o caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso, 48 anos, acompanha o julgamento. Ele foi quem acionou a polícia após dias sem contato com a família, e encontrou a esposa e as filhas mortas em casa. Regivaldo não terá a oportunidade de encarar o réu pessoalmente, mas permanece firme, amparado pela fé e pelo desejo de justiça. Segundo ele, caso Gilberto volte um dia às ruas, certamente fará novas vítimas.

Seis testemunhas devem prestar depoimento ainda durante a manhã. A previsão é que o julgamento seja concluído ao longo do dia, com a sentença sendo proferida até a noite.

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