- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 24 , ABRIL 2025
Advogado ainda não identificado é um dos 5 alvos da Operação Patrono do Crime, deflagrada na manhã desta quinta-feira (16), pela Polícia Civil. O objetivo é desarticular o grupo envolvido em organização criminosa, tráfico de drogas, fraude processual, falsidade ideológica, favorecimento pessoal, comércio ilegal de arma de fogo e outros.
Conforme as informações, a polícia cumpre 5 mandados de prisão preventiva e 4 de ordens de apreensão que foram expedidos pela Vara Única de Apiacás.
O advogado atua em Várzea Grande. Já os outros alvos estão presos, sendo dois na Penitenciária Central do Estado (PCE) e outras duas no Presídio Ana Maria do Couto.
Advogado da facção
Conforme a investigação da Delegacia de Apiacás, o advogado é integrante da facção criminosa e atuava não só na defesa dos faccionados, mas também na venda ilegal de armas de fogo.
Ele ainda usava as prerrogativas da profissão para consultar pessoas, a mando da facção, para saber se elas pertenciam a outra organização criminosa.
Ele também era responsável pelo resgate de drogas que não apreendidas pela Polícia, ou seja, ao perceber que o cerco estava fechando, os integrantes da facção criminosa entravam em contato com o investigado, o qual atuava como intermediário entre presos e outros integrantes, informando o ponto em que a droga estava escondida, para que fosse retirada do local, por outros integrantes da organização criminosa, antes que o entorpecente fosse descoberto e apreendido em ações das Forças de Segurança.
O investigado também atuava na recuperação de veículos roubados e furtados pela própria facção criminosa, recebendo valores de vítimas para recuperação dos veículos, dentre outros delitos apurados.
Outros fatos
Em fevereiro deste ano, o advogado chegou a ser preso em flagrante, ocasião em que tentava entrar na Penitenciária Central do Estado com 1,2 quilos de cigarros, escondidos no forro do paletó, sendo flagrado no momento em que passou pelo scanner corporal.
Em junho de 2023, ele foi encaminhado à Delegacia de Lucas do Rio Verde, após ameaçar um promotor de justiça, durante uma sessão do Tribunal do Júri.
Em uma de suas atuações como advogado, ele arquitetou a gravidez de uma presidiária para conseguir prisão domiciliar, que acabou não deferida pela Justiça e a reeducanda teve o bebê na penitenciária.
Patrono do Crime
O nome da operação faz alusão à distorção da função constitucional do advogado, que, neste caso, utilizava seu conhecimento jurídico e prerrogativas profissionais não para a defesa do direito, mas para facilitar, proteger e fomentar a atividade criminosa organizada, em frontal violação aos deveres éticos e legais da advocacia.
A operação integra as ações de planejamento estratégico da Polícia Civil de Mato Grosso para combate à atuação das facções criminosas, por meio da Operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero, do Governo do Estado.