O desgaste provocado pela troca de ataques entre o governador Mauro Mendes (União Brasil) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) repercutiu negativamente entre as lideranças ligados às duas siglas. Parlamentares que integram o campo conservador na capital consideram o confronto um retrocesso para o próprio grupo.

As vereadoras Michelly Alencar (União) e Samantha Iris (PL) foram unânimes em avaliar que a escalada verbal entre as lideranças nacionais só contribui para desorganizar a direita às vésperas de um ciclo eleitoral decisivo. Ambas afirmaram que o momento deveria ser de construção e não de embates pessoais.

Para Michelly, a troca de ofensas enfraquece todo o projeto político que o campo conservador tenta consolidar. Ela avalia que ninguém sai fortalecido e que o episódio apenas amplia divisões internas.

“Esse tipo de discussão enfraquece todo o movimento. A gente vive um momento muito importante, com decisões sobre quem vai estar à frente do Brasil, dos estados, do Senado e do Congresso. (…) A direita deveria estar unida e aí a gente vê embates em que ninguém ganha. Eu só vejo um perde-perde. Eduardo Bolsonaro saiu bem? Não. Mauro Mendes saiu bem? Também não. Isso não fortalece aquilo que estamos buscando, que é uma direita organizada para disputar a eleição com mais qualidade ano que vem”, afirmou.

A crise ganhou corpo depois que Mendes disse que Eduardo Bolsonaro havia “enlouquecido” e estava “falando merda” nos Estados Unidos. O deputado reagiu subindo o tom e chamou o governador de “frouxo” e “político bosta”. A troca de ataques expôs fissuras que dirigentes das duas legendas tentam minimizar.

Mesmo adotando um discurso mais contido, Samantha Iris também lamentou a repercussão do caso. Ela afirmou que, apesar de evitar comentários por respeito aos envolvidos, considera que o episódio prejudica o ambiente político e pode gerar consequências imprevisíveis. Para a vereadora, declarações desse tipo fogem ao controle e acabam criando ruídos desnecessários.

“Esse é um assunto que eu prefiro não comentar por respeito aos dois. Acho que essa discussão atrapalha, é ruim, mas o que eles falam não temos controle. Infelizmente foi uma fala infeliz, não sei qual resultado isso vai gerar e nem o contexto em que foi dito. Mas prefiro não comentar pelo respeito que tenho por ambos, tanto pelo Mauro quanto pelo Eduardo”, declarou.