- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a intensificar a pressão sobre a China ao ameaçar impor tarifas de até 155% sobre produtos chineses, em mais um capítulo das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Segundo especialistas, a nova rodada de tarifas é impulsionada por fatores como o mercado da soja, que estaria criando condições favoráveis para a adoção da medida. A estratégia adotada por Trump segue um padrão já conhecido, descrito por ele mesmo em seu livro da década de 1980, “The Art of the Deal”. O método consiste em criar uma instabilidade controlada para aumentar o poder de barganha nas negociações.
A disputa entre os dois países vai além do comércio de bens e abrange também questões cambiais e tecnológicas. O superávit comercial chinês com os Estados Unidos, as alegações de manipulação da moeda por parte de Pequim e as disputas em torno da produção de tecnologia e inovação são os principais focos de atrito.
A política externa de Trump tem se caracterizado pelo unilateralismo, forte apelo midiático e foco em sua base doméstica. A retórica contra a China está inserida em um contexto mais amplo de tentativa de reindustrialização dos Estados Unidos, país onde a China é frequentemente apontada como culpada pela perda de empregos no setor industrial.
O aumento das tensões internacionais ocorre em meio a um momento delicado para a política interna dos EUA. O país enfrenta uma paralisação orçamentária que já se estende por duas semanas, gerando impactos significativos em serviços públicos e na opinião pública. Analistas apontam que a escalada nas tensões com a China pode, em parte, servir para desviar a atenção dos problemas internos enfrentados pela administração Trump.