O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu às articulações da bancada ruralista que derrubaram seus vetos ao novo licenciamento ambiental. Durante reunião do Conselhão, nesta quinta-feira (4), no Palácio Itamaraty, Lula afirmou que o agronegócio teria evitado o embate caso tivesse ouvido o empresário Eraí Maggi Scheffer, que recentemente defendeu que regras ambientais fortalecem o setor.

“Imagina vocês se o pessoal do agronegócio que não gosta de nós tivesse ouvido o Eraí falar. Ele que possivelmente é maior que todos que falem mal de nós. Porque está dizendo apenas a verdade. Não tem uma única mentira”, afirmou Lula, diante de empresários e ministros, no Palácio Itamaraty, nesta quinta-feira (4), durante reunião do Conselhão.

Segundo Lula, os vetos não representavam hostilidade ao agro, mas uma tentativa de resguardar o país diante das exigências internacionais por sustentabilidade. Ele afirmou que parte do setor age com hipocrisia ao ignorar esse cenário. “Quando a China parar de comprar soja, vão vir pedir pra eu falar com Xi Jinping”, disse.

Lula citou o discurso de Eraí, que considera a transição dos combustíveis fósseis para renováveis como oportunidade para o agronegócio. Para o presidente, o empresário expressou “apenas a verdade” e alertou para um mercado que já cobra rastreabilidade e redução de impacto ambiental.

No evento, Lula também criticou o negacionismo climático e afirmou que o país precisa se enxergar como potência. Ele rebateu a narrativa de perseguição ao setor e reforçou que o Brasil deve se posicionar com segurança no debate global sobre sustentabilidade.