- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 4 , SETEMBRO 2025
O deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos) anunciou na quarta-feira (03) que convocará líderes da COPEL e Eletrobras, responsáveis por administrar a usina hidrelétrica de Colíder, para prestarem esclarecimentos sobre as falhas na barragem da unidade.
Conforme Diego, a medida pretende investigar uma gravação vazada na qual um suposto trabalhador da usina afirma que a Eletrobras abaixou o nível do reservatório, conhecido como “lago”, sem consenso da equipe de engenheiros. A decisão teria sido baseada na opinião de apenas um profissional.
Ainda no áudio, o suposto funcionário diz que o engenheiro sugeriu abaixar o nível do lago por acreditar na existência de uma caverna sob a fundação da barragem. A hipótese, entretanto, teria sido criticada e descartada pelos demais profissionais.
“Criamos uma Câmara Setorial na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) que está acompanhando isso. Quero dizer a vocês que enviaremos um ofício à Eletrobras para ela dizer quem é a pessoa [que faz acusações no áudio]. Vamos convocá-la para prestar esclarecimentos e quero saber se as informações dessa conversa são verídicas”, afirmou.
“Vi o vídeo e um suposto funcionário é flagrado em uma conversa dentro de um voo. Ele fala que esse rebaixamento não foi a decisão acertada tecnicamente”, explicou.
A usina de Colíder tornou-se alvo de investigações após a COPEL e a Eletrobras identificarem a falha de 4 dos 70 drenos da barragem. Após a detecção da irregularidade, as empresas decidiram rebaixar o reservatório artificial para evitar sobrecarga à estrutura e possíveis danos ao município.
A medida, contudo, gerou regiões secas que eram preenchidas pelo Rio Teles Pires. Dessa forma, houve morte de animais aquáticos e prejuízos econômicos ao município.
Devido a isso, Diego criou a Câmara Setorial Temática no parlamento estadual para colher depoimentos da população e fiscalizar medidas sobre a usina. Além disso, solicitou oficialmente que a Eletrobras informe se atendeu os setores impactados, se há um plano para minimizar danos econômicos, sobre quantos metros do lago serão esvaziados e quanto tempo o esvaziamento durará.
COPEL e Eletrobras: a desconexão operacional
A Eletrobras é proprietária da usina hidrelétrica em Colíder, enquanto a COPEL é a operadora. Apesar de ambas administrarem a unidade, as empresas não prestaram esclarecimentos conjuntos.
Por meio de nota, a Eletrobras afirmou que o rebaixamento do lago foi uma “medida necessária” para a segurança da população. Além disso, garantiu que o depoimento do áudio vazado foi feito por um funcionário da COPEL.
Veja:
“Acerca de áudios aparentemente gravados durante voo comercial em manifestações de profissional ligado à Copel, informamos que a empresa deve ser contatada para esclarecer o conteúdo.
A Eletrobras reafirma que, a partir da aquisição da usina em 30/05/2025, não hesitou em tomar todas as medidas necessárias para buscar uma solução definitiva para que a Usina Colíder possa voltar a operar na condição de normalidade, privilegiando a segurança das pessoas, do meio ambiente e do empreendimento.”
A assessoria de comunicação da COPEL, até o momento, não disponibilizou um informativo sobre seu posicionamento relativo à usina de Colíder
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