terça-feira, 12 - agosto 2025 - 10:28

Aumentos nos combustíveis pegam motoristas de surpresa em Cuiabá


Combustível – Agência Brasil
Combustível – Agência Brasil

Motoristas cuiabanos voltaram a enfrentar reajustes nos preços dos combustíveis. Na Capital mato-grossense, o litro da gasolina subiu até R$ 0,20 centavos na última semana, alta de 3,19% ante o período imediatamente anterior, alcançando o valor máximo de R$ 6,39. No fim de julho, já havia ocorrido um aumento médio de R$ 0,14 (2,27%), elevando o preço de R$ 6,15 para até R$ 6,29 por litro. Alguns postos ainda comercializavam o produto a R$ 6,19 (l) no início de agosto.

Em junho, a Petrobras havia anunciado uma redução de 5,6% no preço do derivado de petróleo repassado às distribuidoras. O etanol seguiu a mesma tendência. O biocombustível, que vem registrando quedas de preço nas usinas mato-grossenses, passou de R$ 3,99 para até R$ 4,19 por litro, incorporando alta de 5% ou R$ 0,20, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do programa Nota MT, da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT).

Em julho, o valor máximo do biocombustível no varejo local era de R$ 3,79 (l). Contrariando o repasse ao consumidor, o Cepea/ Esalq aponta que o preço do litro do etanol hidratado nas usinas mato-grossenses caiu pela quinta semana consecutiva, de R$ 3,27 para R$ 3,20. Segundo levantamento da ANP analisado pelo economista Emanuel Daubian, entre janeiro de 2021 e junho de 2025 as margens de lucro médias das revendas de combustíveis cresceram muito acima da inflação, em cerca de 97% na gasolina, 89% no diesel e 58% no gás de cozinha, enquanto o IPCA acumulou 31% de alta. Só em 2025, até junho, a margem da gasolina subiu 13% e a do diesel 32%, frente a 2,99% de inflação.

Para Daubian, esse avanço nas majorações dos preços pode estar ligado ao aumento da fiscalização, que identificou sonegação, adulteração e fraudes nos agentes de mercado, elevando os custos das empresas e incentivando reajustes para compensação. Ele classifica as margens como “abusivas” e defende que Procon e Ministério Público atuem de forma mais rigorosa.

“O consumidor não tem alternativa: precisa abastecer e comprar gás, produtos sem substitutos”, ressalta. Em relação à formação de preços no mercado de combustíveis, o Sindipetróleo afirma que não interfere na precificação nos postos, apenas acompanha indicadores de mercado.



Silvana Bazani / Jornal A Gazeta
+