O deputado federal Nelson Barbudo (PL) afirmou que a aprovação do projeto que trata da dosimetria das penas, votado na madrugada desta quarta-feira (10) na Câmara dos Deputados, não muda o posicionamento da direita nem reduz a mobilização em torno da defesa de uma anistia ampla aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o parlamentar, a pauta seguirá como prioridade da bancada. Ao ser questionado se a votação poderia esfriar o debate, Barbudo foi enfático ao negar qualquer recuo e reforçou que o grupo já articula os próximos passos no Congresso para avançar com a proposta.

O deputado também criticou a atuação da esquerda, alegando que, em outros momentos da história, houve defesa de anistias amplas para aliados políticos. Na avaliação dele, os atos ocorridos em janeiro não configurariam tentativa de golpe, como sustentam decisões judiciais.

Segundo Barbudo, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, já sinalizou que a partir da próxima semana a bancada deve intensificar as articulações para viabilizar uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, evitando que o tema seja deixado de lado.

Ao comentar declarações do senador Otto Alencar (PSD-BA), que defendeu o engavetamento do projeto e classificou a proposta como uma bandeira exclusiva do bolsonarismo, Barbudo afirmou que o Senado tende a apoiar a iniciativa e minimizou a possibilidade de resistência isolada à matéria.

O parlamentar ainda rejeitou a ideia de que a defesa da anistia seja restrita a apoiadores do ex-presidente. Segundo ele, a demanda alcança também a população de Mato Grosso, citando casos de empresários do estado que teriam sido presos e prejudicados de forma ilegal após os atos.