- CUIABÁ
- QUARTA-FEIRA, 1 , OUTUBRO 2025
O deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil) desafiou publicamente o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), a assumir a gestão da Santa Casa de Misericórdia, conforme prometido em seu plano de governo. A declaração foi dada nesta terça-feira (17), em entrevista à imprensa, diante das articulações para evitar o fechamento do hospital, que pode ocorrer após a inauguração do novo Hospital Central, previsto para absorver parte significativa da demanda da Santa Casa.
“Por que o prefeito não tem coragem de assumir a Santa Casa? Por que cobra só o Governo do Estado e não cobra as prefeituras também? Todos precisam fazer sua parte. Hoje, se algo não funciona, jogam para o Estado. Tem que ter responsabilidade”, disparou Botelho.
O parlamentar lembrou que, durante a campanha eleitoral de 2024, Abilio teria prometido entregar a Santa Casa a uma organização social (OS) e garantir a continuidade dos atendimentos. Para Botelho, é hora de cumprir o que foi anunciado à população.
“Na campanha, ele copiou meu plano de governo e dizia que assumiria a Santa Casa. Agora diz que não é responsabilidade dele. Não tem interesse. Isso é inaceitável”, criticou.
Botelho também citou declarações recentes de Abilio sobre uma suposta economia de R$ 100 milhões por mês na Prefeitura de Cuiabá. Segundo ele, parte desses recursos poderia ser investida na manutenção do hospital.
Governo também deve participar, diz deputado
Apesar das críticas ao prefeito, Botelho reconheceu que o Governo do Estado, liderado por Mauro Mendes (União Brasil), também precisa participar da construção de uma solução. Segundo ele, o tema já está em pauta com o governador, e há expectativa de que um acordo viável seja alcançado para manter a unidade em funcionamento.
O deputado também comentou a sugestão do colega Júlio Campos (União Brasil), de que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) altere o orçamento estadual para garantir recursos à Santa Casa. Botelho ponderou, no entanto, que mudanças orçamentárias por parte do Legislativo só surtirão efeito se o Executivo tiver disposição para executar.
“No final das contas, é o governo quem tem que executar”, afirmou.
Leilão da Santa Casa fracassa
Em meio à crise, a Justiça do Trabalho promoveu o primeiro leilão do prédio da Santa Casa com valor inicial de R$ 78 milhões, para quitar dívidas trabalhistas com ex-funcionários. No entanto, não houve interessados. A previsão é de que um segundo leilão ocorra com valor reduzido, estimado em cerca de R$ 50 milhões.