- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 2 , OUTUBRO 2025
A presidente da Câmara de Cuiabá, Paula Calil (PL), afirmou que o Legislativo só poderá abrir investigação por quebra de decoro parlamentar contra os vereadores Sargento Joelson (PSB) e Chico 2000 (PL) depois que tiver acesso ao inquérito policial que originou a Operação Perfídia. A ação apura uma suposta cobrança de propina para aprovar projetos de lei que beneficiariam diretamente a empresa HB20 Construções, na gestão passada.
Segundo Calil, a Câmara já solicitou a documentação, mas o pedido foi negado. “É necessário que a gente tenha acesso aos autos desse inquérito para saber o fundamento, qual é o objeto, por que eles estão sendo investigados. Eles estão numa fase de investigação e nós não temos ainda o resultado desse inquérito”, declarou nesta terça-feira (2).
A declaração veio após a decisão do desembargador Juvenal Pereira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que suspendeu o afastamento dos dois parlamentares e apontou a possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O magistrado frisou que a Câmara poderia investigar eventual quebra de decoro sem prejuízo da apuração criminal, que segue sob análise do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).
Propina de R$ 250 mil
De acordo com o inquérito, Sargento Joelson teria conduzido negociações, com aval de Chico 2000 – presidente da Câmara na época –, para garantir a aprovação de um projeto do Executivo que autorizava a renegociação de dívidas da prefeitura em troca de R$ 250 mil em propina.
Decisão ainda não notificada
Paula Calil também afirmou que o Legislativo cuiabano ainda não foi notificado oficialmente da decisão judicial que permitiu o retorno de Joelson e Chico 2000 ao exercício do mandato.