terça-feira, 3 - junho 2025 - 16:40

Câmara vai recorrer de decisão determinou pagamento de salário a vereadores afastados


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A vice-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereadora Maysa Leão (Republicanos), afirmou nesta terça-feira (3) que o Legislativo vai recorrer da decisão judicial que garantiu o pagamento de salários aos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), afastados das funções por decisão judicial há um mês, no âmbito da Operação Perfídia.

A determinação foi proferida pela juíza Fernanda Mayumi Kobayashi, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), após os parlamentares acionarem a Justiça para manter a remuneração mensal de R$ 26 mil, mesmo sem exercerem suas atividades.

Maysa classificou a decisão como contraditória, destacando que o regimento da Casa não prevê pagamento de salário em casos de afastamento, inclusive para vereadores licenciados. “Quando tiramos licença para dar espaço ao suplente, não recebemos salário. Então, como explicar o pagamento para quem está afastado por decisão judicial e não está trabalhando?”, questionou.

A parlamentar alertou ainda que a medida afeta diretamente as finanças da Câmara. “Teremos 29 salários sendo pagos para apenas 27 vereadores em atividade. Pedi à presidente Paula Calil que recorra da decisão, porque isso não é justo com o contribuinte cuiabano”, afirmou.

Maysa também reforçou que o Legislativo vai realizar um estudo de impacto orçamentário para avaliar os efeitos da medida, mas frisou que a questão é, acima de tudo, ética e de responsabilidade com o dinheiro público. “Não é só pelo orçamento. Mesmo que pudéssemos pagar, não é correto usar recursos da população para remunerar quem não está trabalhando.”

Sobre a possibilidade de abertura de uma Comissão Processante contra os parlamentares afastados, Maysa explicou que a Câmara segue impedida de avançar por falta de acesso ao inquérito policial. “Enquanto não tivermos o inquérito em mãos, não há o que fazer. Precisamos de materialidade. Não podemos agir por impulso ou por vingança. Precisamos de fatos”, concluiu.

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