quinta-feira, 7 - agosto 2025 - 14:42

Caso Heloysa: pai e filho enfrentarão júri popular em Cuiabá


Da esquerda à direita: Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, e Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos
Da esquerda à direita: Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, e Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos

O ex-servidor público Benedito Anunciação de Santana, 40 anos, e seu filho, Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, 18, irão a júri popular pelo feminicídio da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos. A vítima foi encontrada morta em um poço no bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá, em abril deste ano.

A decisão foi proferida na terça-feira (5) pelo juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá. Conforme o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), os réus responderão por feminicídio qualificado, roubo majorado, tentativa de extorsão majorada, lesão corporal no contexto de violência doméstica e ocultação de cadáver.

De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Rinaldo Ribeiro de Almeida, Benedito teria planejado o crime motivado por ciúmes e pelo inconformismo com o possível fim do relacionamento com Suellen de Alencastro Arruda, mãe da vítima. O MP sustenta que o ex-servidor articulou a morte tanto de Suellen quanto de sua filha, Heloysa.

Para executar o plano, Benedito teria contado com a ajuda do filho e de dois adolescentes, de 16 e 17 anos. Heloysa foi encontrada com múltiplas escoriações, roupas rasgadas e sinais de asfixia mecânica. A perícia confirmou que ela foi enforcada com um cabo USB, o que atestou a materialidade do feminicídio. O crime foi classificado como feminicídio qualificado pelo uso de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima.

A motivação é atribuída a um comportamento controlador e possessivo de Benedito em relação à companheira, caracterizando violência de gênero e menosprezo à condição de mulher.

Diante da gravidade dos fatos e da periculosidade dos acusados, o juiz manteve a prisão preventiva de ambos. Também foi autorizada a restituição de bens apreendidos das vítimas, como celulares, televisores e um notebook.

Depoimento e contexto

Em depoimento à Polícia Civil, Benedito negou ter mandado matar a adolescente, afirmando que a intenção era apenas “dar um susto” na companheira. Suellen chegou em casa logo após a morte da filha, mas, sem perceber que a adolescente estava morta, acreditou se tratar de um roubo seguido de sequestro. Ela também foi espancada pelos criminosos.

Benedito e Suellen viviam juntos havia cerca de quatro meses no momento do crime.

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