- CUIABÁ
- SEXTA-FEIRA, 15 , AGOSTO 2025
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL), principal representante do bolsonarismo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), reagiu com veemência à declaração do senador Wellington Fagundes (PL), que classificou como “exagero” a articulação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto ao governo dos Estados Unidos. A movimentação de Eduardo resultou na imposição de um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros e na suspensão de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades do país.
Eduardo Bolsonaro condiciona a revogação das sanções a uma anistia ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no processo que apura tentativa de golpe de Estado, além da absolvição dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Cattani saiu em defesa de Eduardo e criticou duramente o posicionamento de Wellington. “Meu querido senador Wellington Fagundes, qual é o exagero? É denunciar a perseguição que está acontecendo no nosso país? Levar a discussão para dentro do PL? Quando foi que o PL se reuniu para discutir internamente as ações dos senadores do PL que deveriam estar agindo contra os desmandos do STF?”, questionou.
Cattani também criticou a sinalização de que o PL possa debater internamente uma possível punição a Eduardo Bolsonaro. “E aí o senhor vem dizer que os exageros vão ser discutidos no PL, como se o partido fosse punir o Eduardo, que já nem é mais deputado, já está abrindo mão do seu mandato?”, completou.
Segundo Cattani, ser de direita exige compromisso incondicional com os valores ideológicos, ainda que isso signifique abrir mão de cargos, salários e privilégios. “Senador, uma coisa que o senhor tem que entender é que ser de direita é viver os valores que nós defendemos, até a morte, se for preciso. Não levando em conta nossos mandatos, nossa renda ou as benesses que o cargo nos dá. É fazer exatamente o que o Eduardo Bolsonaro está fazendo: defender o Brasil no exterior, para que nossa pátria possa ser salva, e não nossos mandatos ou a nós mesmos”, afirmou.
O deputado ainda mandou um recado para o eleitorado de Mato Grosso. Disse esperar que, em 2026, os eleitores escolham melhor seus senadores e deputados federais, como forma de enfrentar o que chama de “crise política” no país.
Wellington Fagundes é o segundo senador a ser alvo de críticas de Cattani. Recentemente, a senadora Margareth Buzetti (PSD) foi chamada por ele de “vergonha de Mato Grosso” após se referir a Eduardo Bolsonaro como “moleque” e responsabilizá-lo pela tornozeleira eletrônica imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro por decisão do STF.