quinta-feira, 7 - agosto 2025 - 14:38

'Cena mais aterrorizante, repugnante e maldosa que já vi', diz policial que presenciou mãe e filhas mortas


Reprodução
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O investigador Willian Krisman Silva Souza afirmou nesta quarta-feira (7), durante depoimento no julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, que a cena do crime foi “a mais aterrorizante, repugnante e maldosa” que já presenciou. Gilberto é acusado de estuprar e matar Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas três filhas: Miliane, de 19, Manuela, de 13, e Melissa, de 10 anos, em novembro de 2023, no município de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá). Os crimes chocaram o estado e ficaram conhecidos como a “Chacina de Sorriso”.

Willian contou que, ao chegar na casa das vítimas, já havia grande aglomeração e que era possível ver os corpos antes mesmo de entrar. Marcas de chinelo pela residência chamaram a atenção da perícia e levaram os investigadores até uma obra ao lado da casa. No local, encontraram Gilberto, que dormia ali e apresentava comportamento nervoso. Com a coleta do chinelo do suspeito e a análise das pegadas, veio a confirmação: os calçados coincidiam com os rastros deixados no local do crime.

Na delegacia, Gilberto confessou que observava a rotina da família e entrou na casa pela janela do lavabo. Inicialmente disse que queria furtar, mas depois admitiu que agrediu Cleci com uma faca após ser surpreendido por ela. A perícia também confirmou material genético dele nas três vítimas mais velhas, contrariando a versão apresentada no primeiro depoimento.

O investigador Márcio Coutinho Scardua, também ouvido no júri, relatou que Gilberto se mostrou desconfiado e evasivo desde o primeiro contato. Ele negou ter ouvido qualquer barulho, mas os policiais notaram que, do local onde dormia, era possível observar a casa das vítimas. Ao ser informado de que era o principal suspeito, Gilberto teria ficado em choque e pedido para ser retirado do local.

Com mais de duas décadas de atuação na Polícia Civil, Márcio afirmou nunca ter presenciado um caso tão cruel. Ao ser perguntado se estava arrependido, Gilberto respondeu que não. Para os investigadores, o crime foi planejado e executado com extrema frieza.

O julgamento segue no Tribunal do Júri de Sorriso.

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