As exportações brasileiras para o Mercosul somaram mais de US$ 8 bilhões nos primeiros quatro meses de 2025, um aumento de 35% em relação ao mesmo período de 2024, quando o Brasil exportou US$ 5,9 bilhões para o bloco. Em valores nominais, esse é o segundo melhor resultado para o primeiro quadrimestre desde o início da série histórica, em 1997.

O principal fator por trás desse crescimento foi o aumento das vendas para a Argentina. O país vizinho, que vive um processo de recuperação econômica impulsionado pelas políticas de austeridade do presidente Javier Milei, ampliou significativamente as compras de produtos brasileiros. As exportações do Brasil para a Argentina cresceram 48%, passando de US$ 3,9 bilhões entre janeiro e abril de 2024 para US$ 5,8 bilhões no mesmo período deste ano. Esse é o melhor resultado desde 2018.

O setor automotivo foi o grande responsável por esse desempenho. Os três principais itens exportados para a Argentina foram do ramo automobilístico: veículos para transporte de passageiros, veículos de carga e tratores. As vendas de veículos para transporte de passageiros ultrapassaram US$ 1,2 bilhão, um aumento de mais de 150% em relação ao ano passado.

Em 2024, dois em cada cinco carros vendidos na Argentina foram importados do Brasil, e a expectativa da Anfavea é que, em 2025, o Brasil ultrapasse a marca de 500 mil veículos exportados para o mercado argentino.

Enquanto isso, as exportações para outros parceiros relevantes do Mercosul, como Uruguai e Paraguai, mantiveram-se estáveis, com variações mais discretas tanto para altas quanto para quedas, quando comparadas ao expressivo crescimento das vendas para a Argentina.

Em março deste ano, o presidente da Argentina, Javier Milei, chegou a ameaçar a saída do país do Mercosul, afirmando que o bloco “enriqueceu” apenas o Brasil.