Investigação da Polícia Civil de Mato Grosso revelou que comerciantes vítimas de uma sistema de extorsão sofreram infarto e acidente vascular cerebral (AVC) ao serem pressionados por faccionados em Rondonópolis (243 km de Cuiabá). Os criminosos foram alvos da Operação Vultus Legis deflagrada na manhã desta quinta-feira (23).

De acordo com a Polícia Civil, a facção aumentou a pressão nos últimos meses ao exigir que os pagamentos das extorsões fossem feitos em espécie, uma estratégia para evitar rastreamento bancário e dificultar a ação das autoridades. Essa mudança intensificou a coação psicológica e física contra os comerciantes, gerando um clima de terror em diversos bairros da cidade. Alguns comerciantes decidiram fechar seus empreendimentos.

Apesar de conhecerem os autores das ameaças, a maioria das vítimas se recusa a colaborar com as investigações, temendo represálias diretas. O medo é tanto que muitos preferem o silêncio à proteção policial, o que dificulta o avanço dos inquéritos.

O esquema criminoso foi alvo da Operação Vultus Legis, deflagrada nesta quinta-feira (31) pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). Ao todo, sete pessoas foram presas preventivamente e R$ 86 mil foram bloqueados de contas ligadas ao grupo. A ação também cumpriu mandados de busca e apreensão e de quebra de sigilo telemático.

Segundo a investigação, o grupo agia com uma estrutura organizada: líderes presos davam ordens, intermediários recebiam os valores — por Pix ou em espécie — e faccionados locais, incluindo menores de idade, atuavam na cobrança e intimidação dos comerciantes.

A Polícia Civil pede que novas vítimas procurem as autoridades para denunciar o esquema, reforçando que todas as informações serão tratadas com sigilo e que há mecanismos de proteção para garantir a segurança dos denunciantes.