sexta-feira, 13 - junho 2025 - 11:25

Confederações empresariais apresentam a Lula pacote alternativo de ajuste fiscal com impacto de até R$ 82,8 bilhões até 2026


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Cinco das maiores confederações patronais do Brasil entregaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma proposta alternativa de ajuste fiscal com potencial de impacto de R$ 21,9 bilhões já em 2025 e de R$ 82,8 bilhões em 2026. O conjunto de medidas inclui iniciativas de aumento de arrecadação e corte de gastos públicos.

O documento foi entregue discretamente ao presidente durante sua visita oficial à França, na semana passada, e só agora foi divulgado pelas entidades empresariais. A proposta é assinada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), Confederação Nacional do Transporte (CNT), Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF).

Entre as principais medidas sugeridas estão a limitação da dedução de gastos com saúde no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), a regularização de ativos no exterior, além da desvinculação do salário mínimo como base para o cálculo de benefícios sociais e previdenciários.

Medidas de aumento da arrecadação (impacto estimado em 2026)

  • Tributação de apostas virtuais (bets), por meio da Cide Bets, com alíquota de 15%: R$ 25,2 bilhões

  • Tributação de transações digitais entre empresas estrangeiras e consumidores brasileiros, via IRRF de 15%: R$ 4,2 bilhões

  • Teto de R$ 24 mil por ano para dedução de despesas com saúde no IRPF: R$ 4 bilhões

  • Reativação do programa de atualização de valor de imóveis: R$ 1 bilhão (a partir de 2025)

  • Programa de regularização de ativos no Brasil ou no exterior: R$ 2 bilhões (a partir de 2025)

Medidas de corte de gastos (impacto estimado)

  • Contingenciamento de despesas discricionárias: R$ 18,9 bilhões (2025)

  • Desvinculação de benefícios sociais como BPC, Abono Salarial e Seguro-Desemprego do salário mínimo, com novo valor equiparado ao Bolsa Família para novos beneficiários: R$ 9,9 bilhões (2026)

  • Desvinculação do piso da Previdência Social (RGPS) do salário mínimo: R$ 10,6 bilhões (2026)

  • Aperfeiçoamento das regras de despesas obrigatórias com saúde e educação: R$ 28,9 bilhões (2026)

As confederações destacam que a proposta visa oferecer uma alternativa ao que classificam como aumento excessivo de impostos, criticando medidas recentes do governo, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a Medida Provisória que previa a taxação de aplicações isentas, como LCI e LCA.

Segundo as entidades, o pacote entregue a Lula contribui para o equilíbrio das contas públicas de forma mais sustentável e com menor impacto sobre a atividade econômica e a geração de empregos.

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