- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O coronel da Polícia Militar e secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Fernando Augustonho, afirmou que as causas de feminicídio em Mato Grosso “extrapolam a atuação das forças de segurança”. A declaração foi feita durante a primeira reunião da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa, realizada nesta quinta-feira (16), que debateu medidas para reduzir as altas taxas de feminicídio no estado.
Segundo Augustonho, o enfrentamento à violência contra a mulher requer coragem e ações integradas entre os órgãos do Estado, com atenção especial às vítimas e aprimoramento constante dos protocolos de atendimento. Ele destacou o trabalho da Patrulha Maria da Penha e do programa SOS Mulher, além da atuação do Observatório da Segurança, que analisa os casos para entender o perfil da violência e orientar políticas de prevenção.
“Muitas vezes o agressor não se reconhece como agressor e a vítima também não se reconhece como vítima. Por isso, é preciso um pacto coletivo para enfrentar o problema”, afirmou.
O presidente da Comissão, deputado Gilberto Cattani (PL), disse que o grupo inicia os trabalhos apresentando o plano de atuação. O relator, deputado Carlos Avallone (PSDB), reforçou que o combate ao feminicídio não pode se restringir à esfera policial. Ele defendeu a ampliação de ações educativas e sociais, citando como exemplo um projeto desenvolvido em Várzea Grande com participação de escolas, ONGs, Ministério Público e órgãos de segurança. “A educação é o caminho mais eficaz para a prevenção”, afirmou.
Durante a reunião, a tenente-coronel Ludimila Eickhoff, coordenadora da Patrulha Maria da Penha, informou que o programa está presente em 41 núcleos e atende 91 dos 142 municípios mato-grossenses. Segundo ela, a capacitação de policiais para um atendimento mais humanizado tem sido uma das prioridades da Sesp.