Uma reunião da bancada federal de Mato Grosso no Congresso Nacional foi marcada por tensão na manhã desta quinta-feira (24), após a deputada federal Coronel Fernanda (PL) propor a destinação de uma emenda de R$ 48 milhões a uma entidade com sede em Brasília e filial em Mato Grosso. A proposta enfrentou resistência entre os parlamentares e gerou um embate direto com a senadora Margareth Buzetti (PSD), atual coordenadora da bancada.

De acordo com informações apuradas pela reportagem, a proposta não teve apoio unânime, já que alguns parlamentares consideraram questionável a destinação da emenda. Diante da recusa da bancada em assinar a liberação dos recursos, Coronel Fernanda insistiu na manutenção da proposta, o que acirrou os ânimos com Buzetti, contrária à articulação.

Durante a reunião, realizada de forma virtual, Coronel Fernanda chegou a afirmar que Margareth Buzetti, por ser suplente no Senado, não deveria opinar nas decisões da bancada. Em um momento de maior tensão, a deputada pediu que a senadora se retirasse da reunião. O embate gerou mal-estar entre os presentes, exigindo a intervenção de outros parlamentares para encerrar o conflito.

Os senadores Jayme Campos (União Brasil) e Wellington Fagundes (PL) também se recusaram a assinar a proposta. Mesmo assim, Coronel Fernanda protocolou o envio da emenda de forma unilateral, utilizando sua prerrogativa como líder da bancada para viabilizar os R$ 48 milhões à entidade, cujo nome não foi divulgado oficialmente durante a reunião.

O episódio aprofunda o desgaste entre Buzetti e lideranças do PL, que já vinham demonstrando desconforto com declarações recentes da senadora. Em entrevistas, Buzetti atribuiu ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) parte da responsabilidade pela situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente cumpre medidas cautelares e faz uso de tornozeleira eletrônica.