- CUIABÁ
- TERÇA-FEIRA, 1 , JULHO 2025
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou nesta segunda-feira (30) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre a suposta conta utilizada pelo tenente-coronel Mauro Cid, antes da apresentação das alegações finais no processo. Além disso, a defesa requereu a inclusão de documentos e provas produzidos no inquérito que investiga o perfil “GabrielaR” no mesmo procedimento que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022.
Segundo o advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, as informações fornecidas pela Meta e pelo Google indicam que Mauro Cid é o responsável pelo perfil “@gabrielar702”. De acordo com a Meta, a conta no Instagram foi validada com o e-mail [email protected] e criada em 19 de janeiro de 2024. Já o endereço eletrônico associado foi registrado em 2005, conforme dados do Google.
Como prova, a defesa apresentou a localização do endereço de IP utilizado para acessar a conta. “A pesquisa dos endereços de IP informados tanto pela Meta quanto pelo Google aponta que o perfil foi criado, aparentemente, a partir da residência do delator”, destacou Vilardi.
STF abre prazo para alegações finais
Na sexta-feira (27), o ministro Alexandre de Moraes estabeleceu o prazo para as alegações finais do chamado “núcleo crucial” da ação que investiga o plano de golpe.
De acordo com o Código de Processo Penal (CPP), a PGR tem os primeiros 15 dias para apresentar as considerações finais da acusação. Em seguida, o colaborador Mauro Cid deve apresentar suas alegações, e somente após sua manifestação as defesas dos demais réus poderão se pronunciar.
Ainda segundo o CPP, as defesas dos outros acusados terão prazo de 15 dias para se manifestar após as alegações do delator.
Desde que firmou o acordo de delação premiada em 2023, Mauro Cid, cuja colaboração fundamenta parte das provas da Polícia Federal e da denúncia da PGR, já alterou sua versão sobre o plano de golpe pelo menos cinco vezes.