Durante o julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, réu  por matar Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas três filhas: Miliane, de 19, Manuela, de 13, e Melissa, de 10 anos, em novembro de 2023, no município de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá), a defesa questionou a qualificadora de estupro de vulnerável. O defensor público Ewerton Nóbrega argumentou que seria “inconclusivo” afirmar se as vítimas estavam vivas no momento das agressões sexuais, defendendo que a conduta seja enquadrada como vilipêndio de cadáver, crime com pena significativamente menor.

Segundo Nóbrega, não há “prova técnica” dos estupros além da própria confissão do réu, e a lei considera estupro apenas quando praticado contra pessoa viva. “A defesa atuou aqui seguindo a lei. […] Não tenho vaidade de competir, estou apenas para garantir um julgamento justo. Por decência, não peço a pena mínima, por respeito à população de Sorriso”, afirmou.

Apesar da divergência sobre a qualificadora, a defesa reconheceu a autoria e a materialidade dos crimes, além de outras circunstâncias agravantes apontadas pela acusação.

O julgamento, iniciado na manhã desta quinta-feira (7), segue ao longo do dia no Tribunal do Júri. Também participa da defesa o defensor Claudiney Serrou.