- CUIABÁ
- QUARTA-FEIRA, 25 , JUNHO 2025
A deputada estadual Janaina Riva (MDB) apresentou durante a sessão desta quarta-feira (25), requerimento que exige da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra-MT) informações detalhadas sobre os gastos, decisões técnicas e recuos em torno do projeto de retaludamento do Portão do Inferno, na rodovia MT-251.
No documento, Janaina cobra explicações sobre os valores já desembolsados com estudos, consultorias, laudos técnicos e outras despesas desde o anúncio da proposta, além dos motivos que levaram o governo estadual a declarar o projeto inviável.
A parlamentar quer saber também se o Executivo chegou a ouvir especialistas independentes, como o professor Caiubi Kuhn e entidades como a AGEMAT e o Geoclube, que desde o início alertavam para os riscos geológicos da intervenção.
“Não dá para ignorar o conhecimento técnico e científico disponível, principalmente em um projeto dessa magnitude e impacto. Estamos falando de uma área de enorme importância ambiental, turística e de mobilidade. Precisamos entender onde erraram, quanto custou esse erro e o que será feito daqui pra frente”, afirma a deputada.
A parlamentar questiona ainda por que os posicionamentos públicos de geólogos reconhecidos não foram levados em consideração na formulação ou revisão do projeto e solicita o detalhamento da nova alternativa em estudo pela Sinfra, com o respectivo cronograma para execução.
Janaina lembra que o recuo no projeto só ocorreu após “estudos mais aprofundados”, segundo o próprio governador Mauro Mendes, mas destaca que os alertas sobre os riscos ambientais e geotécnicos vinham sendo feitos há tempos por especialistas. “Essa história precisa ser contada desde o início, com clareza. E o Parlamento tem o dever de fiscalizar cada passo”, afirmou.
A cobrança vem num momento de incerteza sobre o futuro da obra, que mobilizou a opinião pública e causou forte repercussão nas redes sociais, especialmente entre moradores e ambientalistas preocupados com a instabilidade geológica da região e os impactos de uma intervenção mal planejada.
“Os comerciantes de Chapada e a população do município não aguentam mais viver de incertezas. Precisamos de respostas já”, finalizou.