O deputado estadual Wilson Santos (PSD) criticou o alto número de policiais militares cedidos para atuar em órgãos públicos e gabinetes de autoridades em Mato Grosso. Segundo ele, esses profissionais deveriam estar nas ruas reforçando o policiamento e garantindo mais segurança à população.

“Tem mais de 600 policiais militares à disposição dos poderes. Aqui mesmo [na Assembleia] tem mais de 70. Talvez eu seja o único deputado que não tenha policiais para me assessorar. Eu não tenho segurança, nunca tive, aliás. E não teria coragem de requisitar um policial da ativa para cuidar de mim e da minha família”, declarou o parlamentar nesta quarta-feira (29), durante sessão na Assembleia Legislativa (ALMT).

Wilson argumentou que a devolução desses militares aos batalhões ajudaria a reduzir os índices de criminalidade. “Se nós devolvêssemos esses policiais da Assembleia, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas, talvez hoje o nível de insegurança fosse menor”, disse.

O deputado também criticou a condução das políticas de segurança pública pelo governo estadual, especialmente no enfrentamento aos feminicídios. De acordo com o Observatório Caliandra, do Ministério Público de Mato Grosso, 45 mulheres foram mortas em 2025, número que se aproxima do total do ano passado (47 vítimas).

“Eu vi uma campanha de que o Estado tem uma mão forte contra os feminicídios, mas só cresce o número de casos. É recorde atrás de recorde e eu só vejo propaganda. Uma coisa é a propaganda e outra é a verdade”, afirmou.

A crítica ocorre em meio à cobrança de parlamentares por reposição de efetivo da PM. Conforme destacou o deputado Elizeu Nascimento (PL), o número de policiais em Mato Grosso permanece praticamente o mesmo de 20 anos atrás, enquanto 1.300 aprovados aguardam convocação.