terça-feira, 23 - setembro 2025 - 09:48

Deputado de MT defende anistia de golpistas; 'eram trabalhadores'


TV Vila Real
TV Vila Real

O deputado federal Rodrigo da Zaeli (PL) voltou a defender, nesta segunda-feira (22), a anistia ampla e irrestrita para os envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro, durante entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real (canal 10.1). Em sua fala, o parlamentar relativizou a gravidade da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, classificando o episódio como uma “bagunça desorganizada” e não como tentativa de golpe de Estado.

Zaeli contestou as condenações já impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), algumas que ultrapassam 15 anos de prisão, e disse que muitos manifestantes seriam “cidadãos comuns” que “já pagaram um preço alto por nada terem feito”. Para ele, essas pessoas não poderiam carregar nas fichas criminais acusações de golpe. “Um bando de gente desorganizado invadiu prédios públicos, quebrou tudo e foi embora. Quantas vezes o MST já fez isso? Diversas. Essas pessoas já pagaram um preço muito caro e têm que ser anistiadas”, afirmou.

“Não dá para acreditar que as que pessoas que tem um bom juízo, que acordam cedo para trabalhar fizeram aquilo como uma tentativa de golpe de Estado”, disse.

A fala do deputado, no entanto, ignora que a invasão foi considerada pelo STF uma tentativa de ruptura democrática, embasada em provas como as chamadas “minutas do golpe”, apreendidas em gabinetes e residências de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mesmo assim, Zaeli insistiu em que não houve conspiração organizada e comparou os atos a protestos de movimentos sociais. “Golpe de Estado é narrativa. O fato é que no dia seguinte tudo voltou ao normal”, disse, em tom de desafio às decisões judiciais.

O parlamentar também criticou a condução dos processos pelo Judiciário, acusando o Supremo de atuar de forma política e de perseguir parlamentares de direita. Segundo ele, a anistia seria um instrumento de “justiça” e equilíbrio entre os poderes. Ainda assim, reconheceu que pode não haver apoio suficiente no Congresso e admitiu discutir uma saída intermediária, por meio da dosimetria das penas. “Nós vamos brigar pela anistia. Se não convencermos a maioria, vamos lutar pelo menos pior”, completou.

 

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