segunda-feira, 30 - junho 2025 - 18:45

Dólar acumula queda de 12% e Ibovespa sobe 15% no 1º semestre


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O dólar encerrou o pregão desta segunda-feira (30) em queda, acumulando perdas no mês de junho, no fechamento do segundo trimestre e nos primeiros seis meses do ano. Enquanto isso, o Ibovespa avançou, com os investidores atentos às negociações comerciais dos Estados Unidos com seus parceiros e a indicadores econômicos no Brasil.

A moeda norte-americana fechou em baixa de 0,88%, cotada a R$ 5,435, acumulando uma desvalorização de 12% ante o real no semestre. No último trimestre, a queda foi de 4,76%, e entre maio e junho, 4,99%. Já o Ibovespa fechou em alta de 1,45%, a 138.854,6 pontos, acumulando ganho de 15,55% no semestre, 6,7% no segundo trimestre e 1,43% em junho.

O movimento do dólar nesta sessão refletiu a baixa volatilidade da moeda no exterior, em meio à cautela dos investidores antes da divulgação de importantes dados econômicos ao longo da semana e da avaliação do cenário das disputas comerciais.

Cenário externo

Os mercados iniciam a última semana completa antes do término da pausa nas tarifas abrangentes dos EUA, prevista para julho, com o presidente Donald Trump ainda sem acordos firmados com seus principais parceiros, como Japão e União Europeia.

Em um sinal positivo, o Canadá revogou, neste domingo, o imposto sobre serviços digitais voltado para empresas de tecnologia dos EUA, poucas horas antes de sua entrada em vigor, numa tentativa de avançar nas negociações comerciais.

Na agenda de dados, o destaque será o relatório de emprego de junho nos EUA, a ser divulgado na quinta-feira, quando o mercado buscará sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho, que podem aumentar as chances de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve.

Nos últimos dias, as apostas em reduções de juros pelo banco central americano cresceram, diante de dados moderados de inflação e da pressão de Trump para um afrouxamento da política monetária.

Um número fraco na criação de empregos em junho deve intensificar as expectativas por cortes de juros, favorecendo o real e outras moedas emergentes. Atualmente, o mercado projeta um corte em setembro.

“Ainda consideramos um corte em julho prematuro, dado o intervalo até a próxima reunião, mas dependendo dos dados, o início do ciclo de afrouxamento — inicialmente previsto para dezembro — pode ser antecipado para setembro”, afirmam analistas do BTG em relatório.

O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,09%, a 97,280.

Cenário doméstico

No Brasil, o foco do mercado esteve nos dados econômicos. O Banco Central informou que a dívida pública bruta cresceu menos do que o esperado em maio, enquanto o setor público consolidado apresentou déficit primário menor do que a projeção.

Ainda hoje, a atenção estará voltada para os dados sobre abertura de vagas formais de trabalho em maio, a serem divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego às 14h30.

A volatilidade do pregão pode ser influenciada pela disputa para definição da Ptax de fim de mês e trimestre, cálculo feito pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, que serve de referência para liquidação de contratos futuros.

Na semana passada, operadores relataram um fluxo maior de saída de dólares do país, influenciado pelo fim do trimestre e pela derrubada, pelo Congresso, das novas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Na sexta-feira (27), o dólar à vista fechou em baixa de 0,28%, a R$ 5,4831.

Por fim, o boletim Focus indicou que analistas consultados pelo Banco Central reduziram pela quinta semana consecutiva a projeção para a inflação no Brasil em 2025. A expectativa para o IPCA é de 5,20% ao final do ano, ante 5,24% na pesquisa anterior.

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