- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O presidente do Cuiabá Esporte Clube, Cristiano Dresch, defendeu nesta quarta-feira (5), em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, a adoção efetiva do Fair Play Financeiro entre os clubes do futebol brasileiro.
O Fair Play Financeiro é um conjunto de regras que visa manter o equilíbrio financeiro dos clubes, garantindo que respeitem limites de endividamento e honrem compromissos com outros clubes, funcionários e o Estado.
No artigo, Dresch criticou a falta de punição a clubes inadimplentes e citou dívidas de equipes da Série A do Campeonato Brasileiro com o Cuiabá, que somam R$ 41 milhões. Entre os casos mencionados, destacou a dívida do Atlético Mineiro (MG), que, após contratar o atacante Deyverson em agosto de 2024, chegou à final da Libertadores e, na temporada seguinte, revendeu o jogador ao Fortaleza sem quitar o débito com o clube mato-grossense.
“Essa realidade mostra como o sistema atual, sem punições efetivas, premia quem não cumpre as transações financeiras”, afirmou Dresch.
O dirigente também ressaltou a importância da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), órgão da CBF responsável por julgar conflitos entre clubes e atletas, e defendeu mais investimentos na entidade, além de punições mais rigorosas para evitar favorecimentos a clubes inadimplentes, seguindo modelos aplicados no futebol europeu.
“Em alguns casos recentes, as condições acabaram favorecendo clubes inadimplentes, com prazos alongados e ausência de juros, o que distorce a lógica do sistema”, escreveu. Dresch explicou que, para manter as contas em dia, o Cuiabá precisou recorrer ao mercado financeiro, arcando com custos e taxas elevadas.
No início de outubro, o Cuiabá denunciou à CNRD o não pagamento de uma parcela de R$ 780 mil renegociada com o Corinthians pela compra do volante Raniele. Em resposta, o clube paulista sofreu um transfer ban, que impediu o registro de novas contratações. Após a quitação da dívida, a punição foi revogada.
“Defender o Fair Play Financeiro não é defender burocracia, mas responsabilidade e coerência. O futebol brasileiro evoluiu em gestão, estrutura e receitas, mas ainda carece de mecanismos sólidos de controle e punição equilibrada”, concluiu Dresch.
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