- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 29 , MAIO 2025
Em visita ao assentamento Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde (MT), neste sábado (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso incisivo, mesclando anúncios de peso com críticas diretas ao governo anterior. Diante do governador Mauro Mendes (União), de ministros e centenas de pequenos produtores, Lula deixou claro que vai assumir o protagonismo no embate político: “No mês que vem, eu vou fazer política nesse país”.
O presidente denunciou o boicote institucional que, segundo ele, marcou a última gestão federal. “Esse país foi governado por gente que, se o prefeito fosse inimigo, não tinha nem empréstimo”, afirmou. “Os dez estados do Nordeste não receberam uma agulha porque não havia predisposição.”
Lula também confrontou a narrativa de que seu governo teria abandonado a infraestrutura. Em Mato Grosso, ele anunciou R$ 5 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a conclusão da BR-163, além de R$ 600 milhões para o Rodonel e o Contorno Leste de Cuiabá. “Isso não é favor, é obrigação. Os entes federados precisam trabalhar juntos para melhorar a vida do povo”, destacou.
O petista defendeu o fortalecimento da agricultura familiar, numa fala que arrancou aplausos. “Não é que o pequeno produtor é incompetente. Ele só não tem acesso à mesma tecnologia. Quando tem, ele produz o mesmo e com mais amor”.
Em tom de indignação, Lula atacou o alto custo do gás de cozinha. “Um botijão sai da Petrobras por R$ 37 e chega a R$ 130 na casa do povo. Isso é roubo legalizado. Vamos garantir que famílias do CadÚnico tenham gás barato — ou nem precisem pagar”, pontuou.
O presidente ainda prometeu isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e uma nova linha de crédito para reforma de moradias populares. “O trabalhador que quiser ampliar sua casa vai ter crédito. É assim que a gente cuida de quem mais precisa”, disse.
Por fim, Lula prometeu voltar a Mato Grosso para ver os frutos do programa Solo Vivo. “Vou voltar depois da primeira colheita. Quero tirar uma foto e mostrar o que acontece quando o Brasil trata todos com igualdade”. acrescentou.