A inauguração da Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Umipi) da Embrapa em Nossa Senhora do Livramento, no sábado (8.3), foi destacada como um marco para a agricultura familiar na Baixada Cuiabana. O deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil), defensor da agricultura familiar, enfatizou que a agricultura familiar tem sido negligenciada ao longo dos anos, impactando a produção de alimentos e a inflação. Ele afirmou que a Embrapa representa um avanço para fortalecer a agricultura familiar em Mato Grosso, um estado referência mundial no agronegócio. Botelho também ressaltou o investimento de R$ 53 milhões na Umipi, que oferecerá formação técnica para piscicultura, fruticultura, mandiocultura e horticultura.

No entanto, Botelho alertou sobre a importância da regularização fundiária para os pequenos produtores. Sem escritura, eles enfrentam dificuldades em acessar crédito e financiamentos para investir na produção. A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) tem trabalhado para garantir segurança jurídica para os pequenos agricultores.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou que a Embrapa, com suas 43 unidades no Brasil e mais de 2 mil doutores, tem tecnologia suficiente para promover avanços imediatos na produção agropecuária local. Fávaro anunciou o cronograma da primeira fase de capacitação vinculada à Embrapa, com apoio da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Unemat, IFMT e Senar-MT. Essa capacitação garantirá a continuidade da piscicultura e a distribuição gratuita de alevinos aos pequenos produtores.

A instalação da Umipi também traz benefícios para a região de Livramento, com a pavimentação de cinco quilômetros da estrada vicinal que dá acesso à unidade. O prefeito de Livramento, Thiago Almeida, comemorou o investimento e o reconhecimento do potencial da cidade para crescer com o apoio da ciência e da pesquisa.

A parceria entre o IFMT e o Mapa foi ressaltada pelo reitor da instituição, Júlio César dos Santos. Ele afirmou que a formação profissional, especialmente no setor agropecuário, é essencial para o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso. O IFMT passa por uma grande reestruturação para atender à crescente demanda no setor agropecuário, com previsão de atingir 40 mil estudantes nos próximos quatro anos, metade deles em cursos voltados à agricultura familiar.