Documentos oficiais do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) e do Governo de Mato Grosso revelam que cerca de 60% dos servidores públicos estaduais estão endividados por meio de empréstimos consignados. A Capital Consig — principal alvo das denúncias envolvendo operações fraudulentas — registrou um crescimento de 4.589.207% no valor emprestado aos servidores.

Dados da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) apontam que 62.135 servidores possuem consignados em seus salários, de um total de 104.119, representando 59,68% do funcionalismo público. Entre eles, 37.403 estão ativos e 24.894 são inativos. Em média, cada servidor possui cinco empréstimos consignados.

Do total, 42,5% dos servidores ultrapassam os limites legais para empréstimos, cartões de crédito consignados e cartões benefício. As instituições financeiras responsáveis pelos contratos são as maiores beneficiadas. Entre maio de 2024 e abril de 2025, essas consignatárias receberam R$ 1,714 bilhão da folha de pagamento dos servidores.

O Banco do Brasil, onde os servidores recebem seus salários, lidera os valores recebidos, com R$ 249,1 milhões. Em seguida, aparecem o Santander, com R$ 67,6 milhões, e a Capital Consig, envolvida no escândalo, que recebeu R$ 48,8 milhões.

A Capital Consig apresentou o maior crescimento percentual em empréstimos consignados no período entre o segundo quadrimestre de 2022 e o primeiro quadrimestre de 2025, passando de R$ 1.063,51 para R$ 48,8 milhões.