- CUIABÁ
- TERÇA-FEIRA, 19 , AGOSTO 2025
Três navios destróieres de mísseis guiados da classe Aegis — USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson — devem chegar à costa da Venezuela nas próximas 36 horas como parte de uma nova operação militar dos Estados Unidos contra os cartéis de drogas da América Latina. A informação foi confirmada por duas fontes à imprensa nesta segunda-feira (18).
Segundo um alto funcionário norte-americano, que falou sob condição de anonimato à agência Reuters, cerca de 4 mil marinheiros e fuzileiros navais participarão da operação no sul do Caribe. O reforço militar faz parte de um esforço da administração do ex-presidente Donald Trump para intensificar a repressão às organizações criminosas transnacionais, que foram designadas como grupos terroristas globais.
Além dos navios, o plano inclui o deslocamento de aviões espiões P-8, navios de apoio e ao menos um submarino de ataque. A operação deve se estender por vários meses, com atuação exclusivamente em águas e espaço aéreo internacionais.
Inteligência e possível ação ofensiva
De acordo com o oficial norte-americano, os recursos militares não servirão apenas para missões de inteligência e vigilância, mas poderão também servir como plataformas de ataque direcionado, caso haja autorização para tal medida.
Trump, que vinha endurecendo políticas de segurança e imigração, apontou o Cartel de Sinaloa, do México, e o grupo venezuelano Tren de Aragua como alvos prioritários. Ambos foram oficialmente classificados como organizações terroristas globais em fevereiro deste ano.
Reação da Venezuela
O governo da Venezuela não se pronunciou oficialmente sobre o deslocamento dos navios de guerra. No entanto, durante discurso nesta segunda-feira (18), o presidente Nicolás Maduro afirmou que o país “defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras”. Sem citar diretamente os EUA, Maduro mencionou uma “ameaça estranha e bizarra de um império em declínio”.
A movimentação militar eleva a tensão diplomática entre Caracas e Washington, num momento em que a região já enfrenta desafios políticos e humanitários intensificados pela crise econômica venezuelana e pelos fluxos migratórios.