O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, chegou a uma seção eleitoral em El Chapare para votar, após ter feito campanha por votos nulos nas eleições presidenciais. Embora não esteja concorrendo e esteja impedido de formar um partido político, Morales, que governou o país por quase 14 anos, continua sendo uma figura influente no cenário político boliviano.

O ex-líder considerou a anulação do voto como uma forma legítima de participação política. Desde outubro de 2024, Morales permanece em Chapare, após sua tentativa de retornar à presidência ser bloqueada por contestações legais e um impasse tenso, que ele descreveu como uma tentativa de assassinato. Apesar de se afastar da política formal, sua influência persiste nas regiões produtoras de coca da Bolívia. Durante seu governo, ele expandiu o cultivo legal de coca, aumentando a área de 12 mil hectares em Los Yungas para 22 mil hectares em Cochabamba, garantindo apoio entre os cocaleiros e consagrando a coca como planta sagrada na Constituição de 2009.

Mesmo com ex-integrantes de seu antigo partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), como Andronico Rodriguez e Eduardo del Castillo, concorrendo separadamente à presidência, Morales mantém forte controle sobre sua base, reafirmando sua influência política duradoura.

As seções eleitorais abriram no domingo às 8h, horário local, e fecharam às 16h. Os resultados iniciais devem ser divulgados após as 21h, com os resultados oficiais completos sendo apresentados até sete dias após a eleição. Além da presidência, os eleitores também escolherão 26 senadores e 130 deputados, com as autoridades tomando posse em 8 de novembro.