- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O ex-procurador-chefe do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, foi preso nesta quinta-feira (13) em Curitiba, após investigação da Polícia Federal (PF) apontar que ele recebeu R$ 6,5 milhões em propina entre 2022 e 2024 por meio de empresas de fachada controladas por Cícero Marcelino, ex-procurador-geral do instituto.
Segundo a PF, interceptações telefônicas revelaram o uso de codinomes, como “Herói V”, “Amigo V” e “Procurador”, em comunicações entre Cícero e Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil), apontado como líder do esquema.
A prisão ocorre em meio à nova fase da Operação Sem Deconto, que investiga um esquema bilionário de descontos associativos não autorizados de aposentados e pensionistas do INSS. Virgílio foi afastado do cargo em abril e chegou a prestar depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS em outubro.
A investigação indica que o ex-procurador-geral teria ratificado um entendimento técnico que permitiu o desbloqueio em lote de benefícios para descontos associativos, a pedido da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), uma das entidades envolvidas no caso. A PF também aponta que a esposa de Virgílio e sua empresa teriam recebido valores milionários de empresas ligadas a Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, além de repasses suspeitos a outros familiares.