- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Éder de Moraes, protagonizou um episódio tenso durante sessão da Câmara Municipal de Diamantino, na noite desta segunda-feira (13), ao tentar intervir na leitura do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga contratos firmados entre o município e a Associação Médica Especializada (AME).
A confusão teve início quando a vereadora Monize Costa (União Brasil), relatora da CPI e filha de Éder, mencionou a colega Michelle Carrasco (União Brasil) em seu parecer. Incomodada com a citação, Michelle reagiu com uma declaração crítica:
“Nunca tive pai condenado pela Justiça”, afirmou, em alusão às condenações judiciais que envolvem o ex-secretário.
A fala provocou uma reação imediata de Éder, que acompanhava a sessão da galeria. Ele tentou subir à tribuna para defender a filha e rebater as críticas, mesmo sem autorização para se manifestar. O ato gerou tumulto, levando o presidente da Câmara a suspender a sessão. O clima permaneceu tenso até que Éder foi retirado do plenário por seguranças.
Até o momento, a presidência da Câmara não se pronunciou sobre a possibilidade de abertura de investigação formal a respeito do episódio.
Condenações
Éder de Moraes já ocupou cargos de destaque no governo estadual, incluindo a chefia da Secretaria de Fazenda. Ele foi alvo de diversas investigações e é réu condenado em ações relacionadas a esquemas de corrupção e crimes financeiros.
Somente no âmbito da Operação Ararath — deflagrada em 2013 pela Polícia Federal — Éder acumula condenações que somam 180 anos de prisão. A operação teve oito fases e resultou na apresentação de 17 denúncias contra o ex-secretário.
Na primeira ação penal decorrente da Ararath, Éder foi condenado a 69 anos de reclusão. Também foi condenado, na mesma ação, o ex-superintendente do BicBanco em Mato Grosso, Luis Carlos Cuzziol, a 31 anos de prisão. No total, a operação levou à instauração de 56 procedimentos extrajudiciais, incluindo o rastreamento de bens, apuração de atos de improbidade administrativa e outras infrações penais.
Veja o vídeo abaixo: