- CUIABÁ
- SEGUNDA-FEIRA, 16 , JUNHO 2025
O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Várzea Grande, Gonçalo Ferreira de Almeida, conhecido como “Pente Fino”, é um dos alvos da Operação “Poço Sem Fundo”, deflagrada na manhã desta quinta-feira (8) pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). A operação investiga um esquema de desvio de R$ 22 milhões dos cofres públicos da Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat), por meio de fraudes na execução de contratos para perfuração de poços artesianos, com início em 2020.
Além de Gonçalo Ferreira de Almeida, também estão entre os alvos da operação o ex-deputado estadual Wagner Ramos, atual diretor administrativo da Metamat, o diretor técnico Francisco Holanildo Silva Lima, e o ex-presidente Juliano Jorge Boraczynski. Junto a eles, seis empresas e 24 pessoas físicas, incluindo 16 servidores ou ex-servidores da Metamat e oito empresários, foram identificados.
As empresas envolvidas incluem:
Tecnopoços Perfurações de Poços Artesianos (alvo de sequestro de bens móveis e imóveis, além de bloqueio de valores)
Uniko Engenharia (mesmas medidas aplicadas)
Construtora Santa Lúcia (mesmas medidas)
P.M Bonini (mesmas medidas)
JM Perfurações de Poços Artesianos (alvo de suspensão da atividade)
FR Engenharia e Poços (mesmas medidas)
Os servidores públicos e ex-servidores da Metamat, que foram submetidos a medidas cautelares diversas, incluem, entre outros, Wagner Ramos, Francisco Holanildo Silva Lima, e Gonçalo Ferreira de Almeida. Esses investigados tiveram, entre outras punições, a suspensão do exercício de função pública e a proibição de contratação com o poder público estadual.
A investigação aponta que, entre 2020 e 2023, uma associação criminosa operava dentro da Metamat com o objetivo de desviar recursos de contratos destinados à perfuração de poços artesianos em comunidades rurais de Mato Grosso. O intuito oficial era garantir o abastecimento de água para essas áreas, mas as auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado (CGE-MT) revelaram uma série de irregularidades.
Entre os problemas encontrados estão poços que não existiam nos locais indicados, poços perfurados sem condições adequadas para armazenar a água, e até casos em que moradores improvisaram formas rudimentares de acesso à água. Além disso, houve a identificação de poços construídos em áreas impróprias, como propriedades particulares, áreas de pastagem, garimpos e granjas, distantes do objetivo inicial de atender as comunidades rurais.
A Controladoria Geral do Estado também descobriu falhas graves na execução das obras e na fiscalização, o que resultou no pagamento por poços secos ou improdutivos, uma clara evidência de desvio de recursos públicos.
Ex-vereador e ex-presidente da Câmara de VG, Gonçalo Almeida, o ‘Pente Fino’
Wagner Ramos, o diretor-técnico Francisco Holanildo Silva Lima e o ex-presidente do órgão, Juliano Jorge Boraczynski