Uma cliente que devia cerca de R$ 4,5 milhões em honorários advocatícios é apontada como a principal suspeita de mandar matar o advogado José Antônio da Silva, o “Doutor Pinga”, em Nova Ubiratã (502 km de Cuiabá). A revelação foi feita pelo delegado João Lucas Wanick, responsável pela “Operação Procuração Fatal”, deflagrada neste sábado (26) pela Polícia Civil de Mato Grosso.

José Antônio foi executado com um tiro na cabeça no fim de junho, dentro de sua casa. Segundo as investigações, a cliente, o filho e a neta dela planejaram o crime com a intenção de se livrar da dívida milionária. “Foram presas três pessoas hoje, da mesma família, o que causa espanto à Polícia Civil por terem participado da encomenda e morte desse advogado”, declarou o delegado Wanick.

Durante a operação, que teve apoio das Delegacias de Nova Ubiratã e Sorriso, foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão nas cidades de Sorriso, Nobres e Tangará da Serra. Um revólver calibre .38 foi apreendido na casa da suspeita, além de uma porção de drogas na residência da neta.

Ainda conforme o delegado, um pistoleiro da região foi contratado para executar o crime. Ele está foragido e é considerado peça-chave para fechar o caso.

“O advogado atuou na defesa da suspeita em uma ação de reintegração de posse. Ele cobrava judicialmente os honorários, que seriam de cerca de R$ 4,5 milhões. Acredita-se que o crime foi motivado pela tentativa de se livrar desse pagamento”, explicou Wanick.

Antes de morrer, José Antônio chegou a enviar áudios à família relatando ameaças, mas disse que não abandonaria os processos em que atuava. Para o delegado, o crime reforça a importância de combater execuções por encomenda em Mato Grosso: “É uma resposta firme da Polícia Civil a crimes praticados contra advogados no exercício da profissão”.

As investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos e apurar a conduta exata de cada suspeito.

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