O fechamento da Rua 13 de Junho, no Centro de Cuiabá, para a circulação de veículos aos sábados, não trouxe os resultados esperados para o comércio local. É o que aponta uma sondagem realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro, com 68 empresas situadas na via e nos calçadões do entorno.

Desde 20 de setembro, a Prefeitura de Cuiabá destinou o trecho entre as Avenidas Getúlio Vargas e Isaac Póvoas exclusivamente para pedestres, com a instalação de barracas para comerciantes, camelôs e vendedores ambulantes. A medida, no entanto, não agradou a maioria dos lojistas.

Segundo a pesquisa, 59,3% dos empresários relataram queda nas vendas em comparação com o sábado anterior à implementação da medida. Apenas 18,5% registraram aumento no faturamento, enquanto 22,2% não observaram mudanças significativas.

A percepção dos comerciantes foi reforçada pelos colaboradores das lojas: 53,7% dos funcionários também apontaram queda nas vendas no período analisado. Apesar do aumento na circulação de pessoas na via, o fluxo não se traduziu em crescimento do consumo. “O movimento foi maior na rua, mas não na loja”, relatou um dos participantes.

Falta de planejamento e concorrência desleal

Entre os principais problemas apontados pelos entrevistados estão a falta de estacionamento, dificuldade de mobilidade e a presença de vendedores ambulantes, considerados concorrência desleal por não recolherem impostos. “A medida trouxe os camelôs de volta, estimulando a informalidade”, avaliou um lojista.

O presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam, reconheceu que a proposta tem potencial, mas cobra mais diálogo e planejamento. “O fechamento de ruas para estimular o comércio e o lazer é uma tendência mundial. Porém, precisa ser bem planejado, com diálogo entre poder público, lojistas e consumidores”, afirmou.

A pesquisa também coletou sugestões para aprimorar a iniciativa, como:

• Padronização das barracas

• Separação de espaços para ambulantes

• Melhor organização do trânsito

• Oferecimento de atrações culturais e gastronômicas

• Brinquedos para crianças

• Maior divulgação do evento

Atualmente, cerca de 2 mil trabalhadores atuam nas empresas instaladas na Rua 13 de Junho e nos calçadões do centro da capital.