sexta-feira, 13 - junho 2025 - 11:21

“Fechar a Santa Casa é imoral”, afirma vereadora Maysa Leão


Vereadora Maysa Leão (Republicanos)
Vereadora Maysa Leão (Republicanos)

A vereadora de Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), alertou, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (12), que o possível fechamento do Hospital Estadual Santa Casa representa uma ameaça direta à vida de centenas de pacientes oncológicos em todo o Estado de Mato Grosso.

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), somente em 2024, a unidade realizou 523 cirurgias oncológicas e 396 atendimentos em oncologia pediátrica. Ainda segundo a vereadora, o hospital atende aproximadamente 124 mil pacientes com câncer por ano.

“O Estado não pode fechar um serviço que acolhe, anualmente, 124 mil pessoas. Essa demanda não será absorvida por novos hospitais. Isso é imoral, e acredito que o governador Mauro Mendes (União) vai repensar essa decisão, porque não vai querer carregar nas costas o fechamento da Santa Casa”, declarou Maysa.

A parlamentar também destacou que nem o Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCan-MT) nem o Instituto de Tumores e Cuidados Paliativos de Cuiabá (ITC) possuem estrutura suficiente para suprir a demanda da Santa Casa.

“A Santa Casa não atende só Cuiabá, ela atende todo o Estado. E essa demanda não será suprida nem pelo HCan, nem pelo ITC”, reforçou.

Embora o HCan-MT, instituição filantrópica especializada em tratamento oncológico, afirme ter capacidade para atender mais de 562 mil pessoas por ano com apoio do Estado, Maysa considera que o problema vai além da capacidade nominal.

“Temos centenas de famílias que, todos os meses, precisam deixar Mato Grosso para buscar tratamento em São Paulo, Curitiba e outros Estados. É um sofrimento que poderia ser evitado com a estrutura adequada aqui mesmo”, pontuou.

A vereadora concluiu com um apelo à sensibilidade do governo estadual. “A decisão que está em jogo é: vamos salvar vidas ou ignorá-las? O que a Santa Casa de Cuiabá faz hoje não é substituído — e não será — pelos novos hospitais.”

A possível desativação da Santa Casa tem sido cogitada para ocorrer após a conclusão das obras do Hospital Central e do Hospital Universitário Júlio Müller. A medida, no entanto, tem gerado forte reação entre representantes da sociedade civil e do legislativo municipal.

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