Ronald, 25 anos, filho mais velho de Ronaldo Fenômeno, 48, e da ex-jogadora Milene Domingues, afirmou que o pai não tem a intenção de deixar herança para os filhos. Segundo ele, o ex-jogador pretende destinar todo o seu patrimônio à Fundação Fenômenos, organização criada por Ronaldo em 2010 com foco no combate à desigualdade e no apoio a comunidades vulneráveis.

“Tem muita gente que acha: ‘É dinheiro do pai, da mãe, é da família, tudo junto e misturado’. Mas eu não gosto de enxergar desse jeito. Meu pai mesmo brinca que não vai deixar herança nenhuma para mim e para os meus irmãos”, contou Ronald, acrescentando que está ciente da forma como o pai lida com a questão patrimonial.

Apesar da declaração, especialistas em Direito de Família explicam que, no Brasil, não é possível deixar os filhos completamente sem herança. O Código Civil determina que 50% do patrimônio do falecido deve obrigatoriamente ser destinado aos herdeiros necessários, como filhos e cônjuges.

“Ronaldo pode dispor de até metade de seus bens para a Fundação Fenômenos, por meio de testamento. No entanto, não pode, por vontade própria, excluir os filhos da parte legítima da herança”, explica a advogada Vanessa Paiva, especialista em Direito de Família e Sucessões.

A advogada ressalta ainda que a exclusão de um herdeiro – a chamada deserdação – só é permitida em situações específicas, como agressão física, injúria grave, relações ilícitas com o cônjuge do autor da herança ou tentativa de homicídio. Mesmo nesses casos, é necessário que o motivo esteja formalmente descrito em testamento e seja validado judicialmente, com direito à defesa do herdeiro.

Durante a mesma entrevista, Ronald também falou sobre o privilégio de ser filho de figuras públicas e reconheceu as oportunidades que teve.

“Querendo ou não, abrem-se portas que, se não fosse por eles, não seriam abertas. Mas não estou aqui para dar lição de moral ou contar uma história de superação. Quem fez isso foi meu pai”, afirmou.

Atualmente DJ, Ronald destacou que busca conquistar o próprio espaço por mérito pessoal.

“Essa vontade de correr atrás do meu, de fazer o meu próprio nome, de realmente me tornar alguém nessa vida, independentemente de ser filho de quem eu sou, eu sempre tive muito forte dentro de mim.”